Advogado de Jaú sofre ameaças de morte por atuação no Escândalo do PIX

Advogado Federici, que atua no chamado Escândalo do PIX: vítima de graves ameaças (FOTO: Ar4quivo pessoal/Reprodução)

Luís Federici está recebendo ligações e mensagens de texto e vídeo com a clara intenção de intimidá-lo no exercício profissional; em uma delas foi falado que não adianta ir à polícia, porque ele será alvo de muitos tiros

Advogado jauense Luís Vicente Federici está sofrendo ameaças inclusive de morte pela atuação profissional no episódio que ficou conhecido na cidade como Escândalo do PIX. Ele procurou a polícia para registrar B.O. com base em ligações telefônicas e mensagens e fotos enviadas por WhatsApp. Curiosamente, quando deixava a polícia, recebeu nova mensagem dizendo que não adiantava fazer B.O., que a polícia não ia protegê-lo 24h e que era para se preparar, porque “vai tomar tiro até no c…, seu lixo” (prova de que estava sendo monitorado).

As ameaças tiveram início depois que o Escândalo do PIX foi levado ao conhecimento do Ministério Público, que abriu inquérito civil para investigar o episódio, e a própria polícia. Entre as imagens recebidas pelo advogado, estão armas de fogo de grosso calibre com a intenção de intimidá-lo na atuação profissional. Todo o material recebido por ele no celular já está em poder da polícia, que começou a investigar o caso e já identificou dois telefones de onde as mensagens teriam partido.

O Escândalo do PIX se resume a possíveis irregularidades na reforma do campo municipal de Jaú (ainda não concluída), alegação de extorsão do dono da empresa ganhadora da licitação para fazer o serviço e consequente desvio de verba pública; indícios de conluio; possibilidade de dano ao erário, provável atos de improbidade administrativa e outros crimes. Ou seja, o empresário dono da Amplitude Engenharia, Jocimar Joaquim Ferreira, seria extorquido pelo ex-secretário da Assistência Social Marco Cipolla, então homem de confiança e amigo pessoal do prefeito Ivan Cassaro, e do dinheiro pago pela reforma do campo, parte era desviada para pagar apoiadores da campanha de reeleição do chefe do Executivo.

São investigados pelo MP neste caso o prefeito, Cipolla (exonerado do cargo), a empresa e seu proprietário, e o secretário do Planejamento Urbanístico e gestor do contrato, Neto Leonelli. Diversas atas notariais com essas denúncias foram lavradas, primeiro pelo próprio empresário, em setembro do ano passado, e, agora, por ex-aliados e atuais desafetos do prefeito Ivan. Uma a uma, elas estão sendo propagadas nas redes sociais com revelações cada vez mais comprometedoras sobre o comportamento de integrantes da administração. Áudios também circulam na internet, demonstrando que o prefeito tinha conhecimento de tudo.

Em uma das mensagens, pessoa diz que se Federici não atender o telefone, vai dar um pulo no escritório dele; e exibe uma arma de grosso calibre (FOTO: Reprodução/material entregue à polícia)

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