PRIMEIRA TENTATIVA DE REINTEGRAR CRISTIANE BANHOL É NEGADA; entenda o caso
O advogado da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas vai recorrer da decisão da juíza Daniela Almeida Prado Ninno, da 3ª Vara Cível de Jaú, que negou reintegração da professora Cristiane Banhol ao quadro de servidores do município. “Estaremos buscando todos os caminhos jurídicos para reintegra-la, pois sustentamos nossa tese de perseguição política e assédio moral contra a servidora, por defender os direitos dos trabalhadores”, alegou Waldemir Soares Jr ao HORAH.
Cristiane foi demitida pelo prefeito Ivan Cassaro em agosto, após desarquivar o processo administrativo 1855/2020, que havia punido a professora no ano passado com suspensão de 15 dias. A punição foi por ela ter protestado contra a falta de equipamentos de proteção contra a Covid para funcionários da Saúde. Até vereadores aliados a Ivan admitiram na Câmara que o protesto da professora era legítimo e que devia ser reintegrada. A Justiça, porém, negou.
“Essa ação não questionou o mérito do processo (administrativo), as nulidades contidas nele ou a perseguição política; apenas pediu que eu aguardasse em serviço até o processo tramitar na fase administrativa”, observou Cristiane, professora há 16 anos e que trabalhava na rede municipal de ensino 60 horas/semana. Ela alega ter ficado sem o único sustento de casa e dos dois filhos. “Estou sem salário há dois meses. Até o 13º proporcional que eu havia recebido antes da demissão me foi descontado agora”, disse.


Os artigos escolhidos pelo governo Ivan para trocar a suspensão da professora pela demissão, são considerados “totalmente descabidos” por ela e pretendem afasta-la do serviço público para sempre. Desde então, Cristiane está vivendo da solidariedade de amigos, professores, outros servidores e trabalhadores ligados a entidades sindicais até de outras cidades. “Não está fácil, mas eles têm conseguido suprir o mínimo para que eu e meus filhos não passemos necessidades em casa”, admitiu.
A professora também contou que recebe “todos os dias mensagens dos meus alunos perguntando quando eu volto, que estão com saudades”. Como faltam profissionais efetivos na Educação, ela foi substituída por auxiliares. “São duas meninas extremamente competentes e dedicadas, mas o vínculo afetivo e profissional com as turmas é meu, eu sou a professora dessas salas”, lamenta. Na sentença em Jaú, a juíza Daniela Ninno indeferiu a reintegração de Cristiane alegando ausência de “elementos de probabilidade do direito alegado”.
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