O diretório municipal de Marília do Partido Socialista Brasileiro, o PSB, emitiu nota na tentativa de minimizar a fala do ex-presidente Bolsonaro, que, em vídeo, condena alianças do partido dele, o PL, que é reconhecidamente de direita, com qualquer sigla partidária da esquerda. A saída encontrada pelo PSB foi dizer que “não há qualquer menção ao PSB” na fala de Bolsonaro, que “cita outras legendas partidárias”.
De fato é verdade. Bolsonaro diz no vídeo que o PL vai ter “mais de 2 mil candidatos a prefeito pelo Brasil e, em alguns municípios, estão aparecendo agora, como se estivessem encubados, o PL se coligando com partidos como o PT, PCdoB e Psol”. Não há referência explícita ao PSB, mas o ex-presidente menciona legendas de esquerda e condena essas alianças. Sem dizer que o PSB aparece em todos os registros como partido de centro-esquerda que já teve membros ocupando cargos importantes nos governos Lula e Dilma Roussef, do PT; atualmente, o PSB é o partido que abriga Geraldo Alckmin, vice de Lula.
Diz a nota do PSB de Marília que o partido “vem a público expressar a defesa dos princípios que regem a candidatura a prefeito do advogado e professor Ricardo Mustafá, o Ricardinho, do PL”, e que o diretório “deixa muito claro que existe apenas uma corrente ideológica: a corrente do progresso de Marília e a incansável luta pelo bem-estar de nossa gente”, sem lugar para “alimentar ódio e divisões”.
A candidatura de Ricardinho Mustafá pelo PL de Marília conta com o apoio do PSB dos vereadores Dr. Nechar e Evandro Galete, que lançou somente chapa de candidatos a vereador; PRD, do candidato a vice, Juliano da Campestre; Mobiliza e Democracia Cristã (DC). A convenção do PL que oficializou o nome de Ricardinho aconteceu no sábado passado, no Teatro.
BOLSONARO – No vídeo que viralizou no País, Bolsonaro diz que foi acertado com a direção do PL e isso precisa ser cumprido agora, de desfazer coligações com partidos de esquerda. “E o que é mais grave: mesmo deixando de existir, fica essa mácula, dessas pessoas que estavam pensando só nelas para chegar ao poder, e que se exploda o resto”.
“Que fique bem claro: já tá definido, temos de desfazer isso aí; e onde não for possível desfazer, nós vamos fazer campanha do outro lado. Ver se tem um bom candidato de outro partido e fazer campanha nesse sentido”, acrescenta Bolsonaro, dando a entender que não vai tolerar ‘desvios’ na conduta do PL, que, afirma, “veio para ficar e para fazer a diferença”.
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