Após morte de atropelado, padre deve responder por homicídio

Câmera flagrou momento em que carro dirigido pelo padre Gustavo atropelou homem na calçada (FOTO: Reprodução/câmeras de monitoramento)

O padre Gustavo Trindade deverá responder agora por homicídio e não mais por tentativa qualificada, como havia sido denunciado anteriormente pelo MP-Ministério Público e já acatado pela Justiça, que o tornou réu. É que a vítima morreu na 4.a feira 27 na Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo, onde foi internada na noite do atropelamento, em 7 de maio, e passou por cirurgia e outros procedimentos por causa da gravidade do quadro.

Agora em SP, padre Gustavo prestou depoimento por videoconferência e disse que pretendia “barrar” a fuga do homem (FOTO: Reprodução)

Ângelo Marcos dos Santos Nogueira foi atropelado em cima da calçada pelo carro dirigido pelo padre Gustavo, após supostamente ter invadido e furtado a casa paroquial. Ele contou que tinha acabado de celebrar um casamento, ouviu um barulho na casa e viu o homem fugindo a pé; pegou o carro e foi atrás; como ele não parou, decidiu subir na calçada para “trancar” o suposto ladrão, mas acabou por prensa-lo contra a parede de uma loja.

Com graves ferimentos, inclusive na cabeça, o homem foi abandonado no local. O padre disse que não ficou porque temia que o homem estivesse armado e revidasse; ele voltou pra casa, guardou o carro (que é da Diocese de Ourinhos) e nos dias seguintes mudou-se para São Paulo. Ângelo permaneceu em estado grave no hospital, teve perda de massa muscular, passou a enfrentar dificuldades para se comunicar, teve de usar fraldas descartáveis, chegou a receber alta, mas piorou e voltou à Santa Casa, onde acabou indo a óbito.

O delegado que investiga o atropelamento, Valdir de Oliveira, aguarda o laudo da necrópsia para confirmar se a morte teve relação direta com o ocorrido e, em caso positivo, mudar o status do inquérito para homicídio com uso de meio que impossibilitou a defesa da vítima. A Diocese de Ourinhos emitiu nota lamentando a morte da vítima e se solidarizando com a família.

HORAH – Você sabe das coisas