Guerra entre Prefeitura e empresas
de ônibus vai sobrar para a população
Por Hailton Medeiros
A Prefeitura e as empresas de ônibus urbanos Viação Sorriso e Grande Marília estão em pé de guerra declarado. O último round veio das empresas, na manhã desta 4ª feira (19), que decidiram retirar a minguada e única proposta salarial feita aos seus motoristas e demais funcionários, de 1,69%. O índice vinha sendo negociado pelo sindicato desde maio, data-base da categoria, e valia para salários, tíquete e até Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
No round anterior a Prefeitura havia levado a melhor ao conseguir na Justiça, em 1ª instância, a volta da integração entre linhas como se fazia antes e, com isso, a necessária volta das catracas ao Terminal Urbano. Mas as empresas recorreram ao Tribunal de Justiça em SP e conseguiram adiar o prazo de cumprimento da ordem judicial de 48h (que venceria no último domingo) para 15 dias. Ganharam um refresco, embora a decisão ainda esteja de pé.
Agora as empresas usam a negociação salarial dos trabalhadores para exercer nova (e forte) pressão sobre o Poder Público. Com zero de reajuste, mesmo depois de anunciar o mísero 1,69%, elas travam o diálogo e não deixam outra alternativa aos trabalhadores senão a greve. Se isso de fato acontecer, para o transporte coletivo e o problema, que era só das empresas e seus funcionários, é jogado no colo do prefeito Daniel Alonso. Aliás, no sábado, ele ameaçou trocar as empresas se elas não melhorassem o serviço.
Os desdobramentos disso tudo nos próximos dias não cheiram nada bem. No atual governo as empresas não tiveram nenhum centavo de aumento nas tarifas, apesar de terem feito várias reivindicações, tanto administrativa quanto judicialmente, todas negadas. Pior de tudo é que nessa briga das empresas com o Poder Público, quem apanha mesmo é a população que depende do transporte coletivo para se locomover no dia a dia. Mau sinal.
Hailton Medeiros é jornalista e editor do HoraH