Barra pesada – MPF ACUSA ABELARDO E VINÍCIUS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Abelardo e Vinícius, pai e filho, absolvidos da acusação de falsidade ideológica (FOTO: Jornal do Povo/Reprodução)

ELES TERIAM ‘FORJADO A COMPRA’ DA CMN EM NOME DE ‘LARANJAS’; Veja a trajetória do dinheiro

Em denúncia do Ministério Público Federal (MPF) recebida pelo juízo da 1ª Vara Federal de Marília nesta semana, os políticos Abelardo e Vinícius Camarinha “forjaram a compra” das empresas de comunicação do extinto grupo CMN (Central Marília Notícia), há nove anos. Na época, pai e filho eram deputados, não podiam figurar como proprietários das empresas e, segundo o MPF, fizeram a aquisição em nome de dois ‘laranjas’: Sandra Mara Norbiato (que já fez delação premiada confirmando isso) e Marcel Certain.

Ações da PF, com apoio da Anatel, lacraram rádios e fecharam o jornal Diário: CMN extinta (FOTO: Reprodução TV Tem)

A denúncia foi recebida pelo juiz Alexandre Sormani. Abelardo e Vinícius são acusados por improbidade administrativa na compra fraudulenta da CMN, em 23 de dezembro de 2011. Abelardo era deputado federal e o filho, estadual, tal qual se repete hoje. Eles viraram corréus em processo que apura enriquecimento ilícito na transação das rádios Dirceu AM e Diário FM, da Editora Diário (jornal Diário de Marília) e da CMN, cuja sede funcionava na Rua Cel. Galdino, Centro. Tudo foi lacrado pela Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) e Polícia Federal (PF) em operações realizadas entre 2016 e 2017.

O DINHEIRO – O MPF acusa pai e filho com base em relatórios da Receita Federal e do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Neles, consta que Abelardo e Vinícius usaram dinheiro de contas vinculadas a Maria Paula Almeida, ex-mulher do primeiro e mãe do segundo. O valor total pago – cerca de R$ 650 mil – seria incompatível com o rendimento deles. Foi apurado que no dia em que o negócio foi fechado, R$ 300 mil usados no pagamento de tributos administrativos saíram da conta de Paula; os R$ 350 mil restantes, sacados no dia anterior, viriam do Banco Santander, conta da empresa RR CPROS Empreendimentos, onde Paula figura como sócia-administradora.

Polícia Federal e agentes da Anatel na CMN: em nome de ‘laranjas’, empresas seriam de Abelardo e Vinícius Camarinha (FOTO: Arquivo HoraH)

PODER POLÍTICO – O complexo de comunicação CMN, por muitos anos usado para atacar adversários e enaltecer feitos políticos de Abelardo e Vinícius, é alvo ainda de processos oriundos das várias fases da Operação Miragem, que apura diversos crimes: uso de documento falso, evasão de divisas, sonegação fiscal, falsidade ideológica e outros. Houve buscas, apreensões e prisões de pessoas ligadas aos políticos. Agora, no caso específico do enriquecimento ilícito de pai e filho, a denúncia do MPF é acompanhada por pedido de indisponibilidade de bens em nome dos dois no valor de R$ 976 mil.

HORAH – Você sabe das coisas