DOIS JÁ ESTÃO PRESOS E MP PEDE PRISÃO DE MAIS DOIS ACUSADOS; INVESTIGAÇÕES CONTINUAM
O Ministério Público (MP) de Jaú ofereceu denúncia contra acusados de participação na morte do músico Betinho Padrenosso, 37 anos, no dia 8 de novembro. “Ofereço denúncia em relação a Diego Henrique Corrêa, Sérgio Ricardo de Lima, Marcos Vinícius Pardim e Fernando Rodrigo Cesarino”, relatou o Promotor de Justiça Rogério Rocco Magalhães. Ele os acusa de sequestro e homicídio duplamente qualificado. Sérgio e Marcos já estão presos preventivamente; Diego e Fernando foram presos em flagrante, mas liberados na audiência de custódia.
Conforme a denúncia, os envolvidos usaram “de má-fé e meio fraudulento” para convencer a irmã do músico, Patrícia, a autorizar que entrassem na residência e “retirassem a vítima à força” para leva-la a uma clínica de dependentes químicos em Valinhos, região de Campinas. Betinho começou a ser espancado ainda em Jaú, atrás do shopping, teve punhos e pernas amarrados com cadarço e chegou morto à UPA de Valinhos, onde os médicos chamaram a polícia.
O promotor ainda pede abertura de inquérito policial para apurar “possível participação de Cleiton França da Silva”, que tratou com a família sobre a transferência do músico para Valinhos; depois do óbito, desapareceu. Também é solicitado à juíza da 2ª Vara Criminal de Jaú, Ana Virgínia Mendes Veloso Cardoso, a apreensão do celular da irmã do músico para perícia e colheita de provas dos diálogos com a clínica e demais envolvidos. “Se tudo correr como o MP requereu, haverá júri popular neste caso”, comentou a advogada Daniela Rodrigueiro, que representa a família de Betinho. Ela já requereu o direito de atuar como assistente de acusação no caso.
Daniela falou ao HORAH que casos desse tipo, quando há envolvidos presos, costumam ser mais rápidos. Apesar de o inquérito ter sido concluído e relatado e o MP oferecido denúncia, a advogada observa que “as investigações não estão finalizadas pela polícia, diligências ainda estão sendo realizadas e é possível ouvir mais testemunhas que porventura apareçam”. O objetivo é tornar a peça acusatória ainda mais robusta para condenar os responsáveis pelos crimes cometidos contra Roberto Padrenosso Filho, o Betinho, um dos músicos mais conhecidos e festejados de Jaú e região.
Rocco Magalhães diz que “há provas da materialidade e indícios suficientes da autoria do crime” contra Betinho. O promotor relata que Fernando foi “o mentor do sequestro” e que “ganha a vida realizando internações involuntárias e clandestinas (…) com finalidade puramente comercial”. Já Diego teria sido “reconhecido como um dos espancadores” do músico. Após violentas agressões, chutes e espancamentos, principalmente na cabeça de Betinho, que tentou reagir à condução para a clínica, descreve o promotor que “seguiram viagem com a vítima agonizando”.
No mesmo dia em que foi sequestrado em casa, o corpo de Betinho foi ao IML de Valinhos para exames de praxe e, no final da tarde do dia 9 trasladado para Jaú. O velório e sepultamento do músico aconteceram no dia 10, sob forte comoção de parentes e amigos. Segundo a declaração de óbito do IML, Betinho sofreu politraumatismo craniano, resultado das violentas agressões sofridas no trajeto da cidade para Valinhos.
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