CDHU: moradores protestam e prefeitura diz que responsabilidade não é dela

Manifestantes se concentraram na praça em frente à Prefeitura na manhã desta 2.a feira 15 (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Em nota, Município diz que manifestação teve caráter político-partidário, o que uma das líderes nega; há divergência também sobre reunião entre as partes para discutir uma solução

Moradores dos predinhos da CDHU na zona sul de Marília protestaram na manhã desta 2.a feira 15 em frente à Prefeitura, com apitaço e cartazes. “Prefeito, cadê nosso aluguel social determinado pela Jutiça?”; “Os moradores do CDHU querem que a Justiça seja cumprida”; “Aluguel social e moradia digna, essa é a nossa luta”, estavam nos cartazes exibidos para quem passava pela Av. Sampaio Vidal ou quem olhava da prefeitura para a Praça Saturnino de Brito, onde se concentrou o protesto.

Cartazes levados pelos manifestantes questionavam o pagamento de aluguel social pela prefeitura (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Em nota, a Diretoria de Comunicação da prefeitura informou que “a responsabilidade do que acontece” nos predinhos “é da CDHU”, mas que mesmo assim “vem realizando gestões junto ao Estado para encontrar uma solução para a situação que envolve os moradores”. Especificamente sobre o protesto, ressaltou que “houve a identificação dos manifestantes e todos são ligados a vereador de oposição (…), ficando claro e evidente o caráter unicamente panfletário e total viés político”.

Na sequência, a nota ainda destacou que “outra evidência do uso partidário e político está ligada aos dizeres e ao teor dos ataques”, afirmando que a administração “se colocou à disposição para reunião, porém, a princípio, todos os manifestantes recusaram o diálogo e não quiseram aderir à audiência”. Ainda assim, garantiu que a prefeitura continua à disposição para encontrar uma solução para o problema.

Uma das organizadoras da manifestação contestou essa última informação que consta da nota oficial distribuída à imprensa. “A Prefeitura está falando que pediram reunião com as lideranças (da manifestação) e que a gente não aceitou, mas isso é mentira. Estamos esperando agendarem, pra gente ir lá conversar com eles”, afirmou a manifestante que se identificou como Suzana Silva. “E também não somos ligados a vereador nenhum, só queremos que eles (da prefeitura) cumpram o que foi determinado pela Justiça”, concluiu.

Como já foi noticiado por HORAH anteriormente, em 18/12 a desembargadora Mônica Serrano, da 7.a Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de SP, concedeu liminar determinando a remoção das famílias dos predinhos, sob alegação de que ameaçam desabar (constatação feita por peritos). Ela também mandou a prefeitura custear as despesas com as novas acomodações dos moradores (aluguel social) pelo tempo que for necessário. E como a prefeitura não havia tomado providências ainda, o Ministério Público (MP) e a Defensoria Pública ingressaram com medida pedindo que seja fixada multa diária de R$ 10 mil contra o Município, em caso de descumprimento da ordem judicial. Por enquanto, o impasse continua.

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