CEI das Licitações decide ouvir ex-secretário de Finanças e finalizar relatório

Até agora, CEI ouviu 18 testemunhas (FOTO: Ass. Impr. Câmara/Reprodução)

Membros da CEI das Licitações decidiram não prorrogar os trabalhos, ouvir só mais uma testemunha e encaminhar o relatório final para votação. “Vamos escutar o ex-secretário Luís Arato, que estava à frente da secretaria de Finanças na época da licitação dos computadores, e tentar descobrir quem é que fez o Termo de Referência (para a compra dos equipamentos), porque há ainda muitas pontas soltas e a gente quer deixar tudo muito claro”, explicou o presidente Mateus Turini.

Dessa maneira, a CEI vai se ater à licitação de quase R$ 1 milhão para compra de 150 computadores para a Educação, vencida por empresa de Araraquara, cujos representantes testemunharam semana passada, protegidos por habeas corpus preventivo. Aliás, essa licitação também deu origem à Operação Delete da Polícia Federal, que fez buscas e apreensões na prefeitura pela primeira vez na história de 169 anos de Jaú. “Prorrogar mais 120 dias ainda seria inviável pra dar conta de todo o volume das licitações dos últimos cinco anos, que era o objetivo, então optamos por encerrar agora”, disse Mateus. Dezoito testemunhas foram ouvidas desde o começo dos trabalhos. Arato vai falar na próxima 5ª feira 15.

Isabelle, que pediu pra deixar gerência de licitações, antevendo problemas (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

Se a CEI focava inicialmente um possível superfaturamento no preço dos computadores, que foi a denúncia levada pela administração municipal à Polícia Civil, as investigações acabaram apontando para outro rumo: o do direcionamento do processo. Quatro páginas de descrições minuciosas do computador pretendido levaram a essa conclusão, inclusive com a intrigante observação entre parênteses: “Muito boa essa informação adicional”. Ela aparece no edital e até na proposta da empresa ganhadora do certame. E apesar disso, o computador entregue não foi encontrado e outro foi entregue no lugar dele.

Também chamou a atenção o testemunho de Isabelle Ribeiro em 28/7. Ex-gerente de licitações, ela confirmou que assessores comissionados encarregados pela atual administração de ajudar nos processos, exageravam ao também montar editais – competência exclusiva de concursados. Ela chegou a dizer que só tomou conhecimento “de alguns (desses editais) no momento da publicação”, o que foi considerado inaceitável. Além do presidente Mateus, fazem parte da comissão o relator Fábio Souza e os membros Lampião, Bill Luchesi e Moretti — ou seja, são dois oposicionistas e três governistas.

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