Choque – REMOÇÃO DE TAPUMES REVELA CONCRETAGEM DAS MARGENS DO CÓRREGO DOS PIRES

Concreto tomou conta das margens do Pires: mata ciliar 'sufocada' (FOTO: Pedro Tecedor/Reprodução)

SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DE JAÚ DIZ QUE NÃO TEM O QUE FAZER E COBRA SOMENTE ABERTURA AO REDOR DAS ÁRVORES

 

A população se surpreendeu quando os tapumes começaram a ser removidos do entorno da obra de canalização do Córrego dos Pires, revelando que não apenas o leito havia sido limpo e corrigido, mas que as margens tinham sido concretadas. O concreto chega a contornar o tronco de cada uma das árvores existentes no local. Manifestações de indignação e cobrança começaram a surgir nas redes sociais.

Pedro Tecedor passou pelo córrego, fez fotos e publicou: “Aí estão as imagens do que era pra ser a mata ciliar do córrego. Concretaram até o tronco das árvores. É lastimável o que acontece em Jaú”. Mais adiante, comentou: “Nas outras cidades por aí o pessoal planta árvores, cuida das margens dos rios; aqui faz tudo ao contrário e ainda diz que ‘aceitaram o projeto’ assim. Por que aceitaram, se não é certo?”

Em alguns locais, árvores existentes foram destruídas (FOTO: Reprodução/HoraH)

Ele se refere ao comentário do secretário do Meio Ambiente Amílcar Marcel de Souza, o Cecéu, em resposta a uma internauta. “Essa é uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de 2013, com todas as licenças da Cetesb e DAEE. Foram feitas nos últimos dois anos e agora estão tirando os tapumes para a entrega”, justificou. “O modelo que foi adotado [para a obra] é totalmente inadequado para essa região”, admite o secretário, garantindo ter determinado em março a abertura do concreto ao redor das árvores, na medida 2mX2m, além de instalação de parapeito nas margens do córrego – já que o local ficou perigoso. “Fora isso não será possível mais nada”, conclui.

O trecho concluído agora é a última etapa da obra de macrodrenagem que inclui também o Lago do Silvério. Ele vai do lago até o córrego desaguar no Rio Jaú. Objetivo foi dragar o córrego, corrigir as margens (que estavam desabando em alguns trechos, ameaçando o calçamento) e evitar enchentes sempre comuns na parte mais baixa, quando o córrego passa sob a Av. do Café. O que ninguém esperava, entretanto, era que para isso a mata ciliar tivesse de ser ‘sufocada’ pelo concreto e fadada a desaparecer com o tempo.

HORAH – Informação é tudo