Compra superfaturada – JUSTIÇA FEDERAL ACATA DENÚNCIA NO CASO DOS TABLETS: 9 RÉUS

Policiais Federais durante a Operação Reboot, que investiga a compra dos 450 tablets para a Saúde (FOTO: Divulgação)

Equipamentos foram adquiridos de empresa de cunhado de vereador, que foi secretário na gestão Vinícius Camarinha

O vereador Danilo Bigeschi e mais oito pessoas viraram réus no caso dos tablets comprados com preços superfaturados em Marília, na gestão do ex-prefeito e hoje deputado Vinícius Camarinha, após a Justiça acolher denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Além de Danilo, que dirigiu a Saúde na ocasião, outros dois ex-secretários da mesma pasta também estão entre os réus: Hélio Benetti e Fernando Pastorelli. Investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Reboot, o caso envolve a compra de 450 tablets em 2016.

Danilo da Saúde está entre os réus: tablets foram adquiridos com recursos federais de empresa de propriedade de cunhado dele (FOTO: Reprodução)

O custo total da compra foi de R$ 1,057 milhão, com prejuízo aos cofres públicos estimado em mais de R$ 500 mil, segundo a PF. O preço por tablet foi de R$ 2,3 mil. Pouco tempo depois, a Prefeitura comprou tablets com as mesmas características e especificações técnicas para a Educação por R$ 679 cada um – mais de 71% a menos. Os equipamentos à Saúde foram adquiridos da empresa Kao Sistemas de Telecomunicações Ltda., propriedade de Fauzi Fakhouri Jr, cunhado de Danilo. Ele também é réu na ação.

Na ocasião, cada tablet custou R$ 2,3 mil, 71% a mais do que preço pago pouco tempo depois, para a Educação: superfaturamento, segundo investigações (FOTO: Reprodução TV Tem)

Como a denúncia foi aceita pela Justiça Federal, os réus terão 10 dias para apresentar defesa. Danilo da Saúde, como o vereador é conhecido, já adiantou por meio de nota ao portal Marília Notícia que não houve irregularidade na compra dos equipamentos e nem participou dos processos de licitação; que repudia ataques e denúncias “feitos com fins políticos” e que sofre “perseguições” por ser combativo na Câmara, onde atua como oposição ao atual governo municipal.

Na primeira fase da Operação Reboot, em 2018, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, inclusive no gabinete do vereador na Câmara. As investigações indicam que cláusula no edital de licitação teria dirigido o processo de compra para a Kao, restringindo a participação de concorrentes. Os demais réus são: Vinícius Dias da Cruz, Murilo de Oliveira Melo, Alexandre Ribeiro de Jesus, Cristiana Seabra e Luiz Felipe Freitas.

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