CORTE DE REPASSES VAI TIRAR R$ 1 MILHÃO DA SANTA CASA NESTE ANO

FEDERAÇÃO DAS SANTAS CASAS E HOSPITAIS FILANTRÓPICOS VAI À JUSTIÇA CONTRA DECISÃO DO ESTADO

A Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Fehosp) decidiu ingressar na Justiça contra decisão do governo de cortar 12% dos repasses a essas unidades de saúde, responsáveis por 56% dos atendimentos estaduais do SUS. Ao todo, o corte afeta 180 hospitais e será de R$ 81 milhões neste ano – são R$ 41 milhões do programa Pró Santa Casa e R$ 39 milhões do Programa Sustentável.

Provedor Jr Bernardi estima que Santa Casa de Jaú vá perder R$ 1 milhão neste ano (FOTO: Reprodução)

“Fica muito difícil manter as portas abertas para atender a população”, resumiu Edson Rogatti, presidente da Fehosp. Provedor da Santa Casa de Jaú, Alcides Bernardi Jr disse ao HORAH que o corte “representará quase R$ 1 milhão” neste ano, “recurso que não é fácil de conseguir através de emendas parlamentares, por exemplo”. Ele disse que os governantes “precisam cuidar da Saúde e não cortar recursos” como está fazendo o governador João Doria. No caso específico de Jaú, 85% dos atendimentos da Santa Casa são do SUS.

“Tem que protestar e pressionar o governo a rever isso aí. A tabela [de procedimentos] SUS não aumenta há quase 16 anos e ainda vão cortar repasse?” – questionou, indignado. “E tudo está subindo de preço. O milheiro de luva plástica que custava R$ 140 um ano atrás, agora está saindo por R$ 790. Sabe quantas a gente usa na Santa Casa? De 400 mil a 450 mil luvas por mês. Isso dá quase R$ 4 milhões no ano!”

Rogatti, presidente da Fehosp, protesta contra o corte nos repasses (FOTO: Divulgação)

O governo justificou o corte dizendo que “nesse momento é necessário fazer um ajuste orçamentário, de tal forma que se possa priorizar os atendimentos de Covid”, explicou Eduardo Adriano, secretário-executivo da secretaria estadual da Saúde. Ele garantiu que o corte nos repasses preservou a Covid, provocando reação do presidente da Fehosp: “Como você vai preservar um atendimento cortando 12%?” As entidades hospitalares decidiram não assinar novos contratos com o Estado até que a medida seja revogada.

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