A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Marília no biênio 2023/24 já foi deflagrada e vem se intensificando, ainda que internamente e nem tanto na mídia. HORAH ouviu diversos vereadores e todos citaram duas candidaturas claramente definidas: a de Júnior Moraes (PL), líder do governo Daniel Alonso na Câmara, e a de Luiz Eduardo Nardi (Podemos). Ao menos um vereador já definiu o voto: o advogado Marcos Custódio (Podemos) disse que apoia Nardi, justificando a opção pela “experiência, pacifista, competência” e por serem do mesmo partido. “Realmente ele tem me ajudado bastante”, confirmou o candidato.
A reportagem tentou contato com Júnior Moraes, que não respondeu até a conclusão desta matéria; o mesmo aconteceu com o atual presidente Marcos Rezende (PSD), para dizer se ficará neutro na disputa ou penderá para um dos lados dessa disputa. Ao contrário deles, Nardi atendeu prontamente, confirmou a disposição de concorrer à presidência e justificou: “Já fui presidente e no atual quadro (político) acho que poderia fazer um bom trabalho, justamente pela minha experiência”. Nardi negou qualquer apoio do Executivo, disse que está “construindo a candidatura com os vereadores na Câmara” e afirmou que não é, “definitivamente, o candidato do prefeito”. Sobre o resultado da disputa, foi taxativo: “A gente tenta, se perder, perdeu, não faz mal”.
As trajetórias políticas de Júnior Moraes e de Nardi são opostas. Antônio Ferreira de Moraes Júnior tem 52 anos, é advogado de formação e elegeu-se vereador em 2020 com 1.847 votos, a 10.a maior votação entre os 13 parlamentares da Câmara de Marília. Luiz Eduardo Nardi tem 74 anos, é engenheiro civil, já foi diretor regional do Interior (cargo do governo do estado) por duas vezes, diretor executivo da Emdurb, diretor administrativo da Sabesp, diretor executivo do DAEM por duas vezes, secretário municipal de Governo e Desenvolvimento, suplente de deputado federal, vice-prefeito (2005-08) e vereador em quatro legislaturas (a primeira de 1989 a 1992, depois de 2013 a 2016, de 2017 a 2020 e, agora, até 2024. Tanto Júnior quanto Nardi são casados e pais de dois filhos.
Presidir a Câmara no último biênio tem grande importância política por coincidir com o período eleitoral para escolha do novo prefeito e também vereadores. A tramitação de projetos do governo municipal pode encontrar facilidades ou entraves dependendo do posicionamento político do novo presidente do Legislativo. Nardi fala em “equilíbrio”, “ponderação” e também independência. “Tenho pregado que presidente da Câmara não é líder de prefeito nem líder de oposição, tem que manter uma postura acima disso e lutar por um Legislativo realizador”, comentou com o HORAH, dizendo ainda que buscará “um posicionamento mais adequado, porque temos projetos importantes a serem tratados, como a revisão do Plano Diretor, parcelamento e uso do solo e outros tantos”.
A última sessão legislativa ordinária antes do recesso de fim de ano será em 12 de dezembro; a eleição da nova mesa diretora da Câmara para o biênio 23-24, com escolha do presidente que conduzirá os destinos da Casa nesse período, está marcada para o dia seguinte, 13 de dezembro, uma terça-feira, às 9h.
HORAH – A verdade dos fatos
