O Ministério Público (MP) vai acompanhar a apuração de todas as denúncias envolvendo a eleição do domingo (12) para o Conselho Tutelar de Bauru, em especial aquelas que acusam um pastor da Igreja Universal – Centro de pedir voto para a candidata ‘Patrícia’, por sinal a mais votada entre os 10 primeiros colocados. Essa apuração será conduzida por uma comissão especial constituída pelo Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA), responsável pela eleição.
O promotor Lucas Pimentel declarou que o procedimento seguirá um rito já traçado: ontem e hoje (14) o pessoal do CMDCA se reúne para definir a apuração, começando pela publicação do resultado final da eleição no Diário Oficial do município; aí é aberto prazo para impugnações, que vai de 16 a 22 deste mês, com previsão de divulgar as conclusões no dia 30. Por e-mail e outros meios disponibilizados pelo CMDCA, já foram feitas oito denúncias de boca de urna, entre elas envolvendo o pastor da Universal.
Neste caso específico, uma comissão processante pode ser aberta e chamar os candidatos apontados como beneficiados por boca de urna para prestarem esclarecimentos; depois o Conselho se reúne para decidir, o que pode incluir até mesmo a impugnação da candidatura. O que mais pesa neste caso é um vídeo em que o pastor pede voto para uma candidata que é membro da igreja, e que viralizou nas redes sociais.
“Nós temos uma cooperadora, que é a Patrícia. O número dela é 13, dá um voto para ela”, diz o pastor, observando que a integrante da igreja já era conselheira e disputava a reeleição. Porém, boca de urna é proibido pela legislação. A candidata Patrícia Dias Ana Monteiro, que seria a beneficiada pelo pedido do pastor, foi a mais votada entre as 10 candidaturas que devem compor o Conselho Tutelar a partir de janeiro, perfazendo 566 votos. Em nota, a Universal disse apenas que orienta seus fiéis e pastores a seguirem as regras eleitorais.
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