Denúncia: enquanto dinheiro da merenda é devolvido, escolas recebem produtos de péssima qualidade

Tomates entregues nas escolas estavam podres, alguns até desmanchando (FOTO: Mateus Turini/Arquivo pessoal)

Tomates rachados, moles e com aspecto de estragados; cenouras com partes apodrecidas, outras quebradas ao meio e esbranquiçadas. Produtos assim foram encontrados nas cozinhas de sete escolas municipais de Jaú vistoriadas pelo vereador e professor Mateus Turini (PDT), nesta 2.a feira (5). “Eram produtos de péssima qualidade, sem a aparência de estarem bons para o consumo, ainda mais para servir a crianças”, comentou ao HORAH, após apresentar a denúncia na tribuna da Câmara Municipal. Segundo ele, as merendeiras nessas escolas não aceitaram receber os produtos assim.

Cenouras de baixa qualidade, quebradas ou rachadas (FOTO: Mateus Turini/Arquivo pessoal)
Em resposta a requerimento do vereador, Educação confirmou devolução de dinheiro da merenda ao governo do estado (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

“Pior foi saber que em todas as escolas por onde passei tiveram de usar dinheiro da ‘caixinha’ para comprar macarrão e sal, por exemplo, que esses produtos vieram racionados”, contou Mateus, referindo-se aos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), geralmente destinado a pequenos reparos e melhorias. Por falta de mercadoria, o cardápio estabelecido para essas escolas foi mudado e as crianças receberam sopa alguns dias seguidos.

Até o desjejum instituído neste mês pela Secretaria da Educação, confirmado pela secretária Elenira Cassola em resposta a requerimento do vereador, acabou prejudicado. “Teve escola que não tinha bolacha e leite, dá para acreditar?” – questionou Mateus, indignado. Isso tudo somado aos hortifrutis entregues “em algumas escolas e não em outras”, flagrados sem a qualidade esperada, deixaram o vereador inconformado.

“Em 2021, a prefeitura de Jaú devolveu quase R$ 2 milhões de recursos da merenda para o governo do estado; no ano passado, foram R$ 2,7 milhões não utilizados e que obrigatoriamente tiveram de ser devolvidos também. Como pode devolver tanto dinheiro assim, enquanto as escolas municipais recebem produtos de péssima qualidade e nem sempre nas quantidades necessárias para cumprir o cardápio da merenda?”, desabafou.

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