Três promotores do GAECO denunciaram nesta 6a feira 27 o ex-prefeito Abelardinho Simões (MDB) por liderar esquema de fraudes em Bariri. O esquema teve início em janeiro/21 e se estendeu até julho/23, período em que ele “promoveu, constituiu e integrou organização criminosa com objetivo de obter vantagem de qualquer natureza mediante infrações penais” na prefeitura da cidade. A estimativa do GAECO é que Abelardinho embolsou propinas no total de R$ 233 mil.
O documento é a base de Ação Penal Pública proposta hoje à 2a Vara Judicial de Bariri, concluindo que Abelardinho implantou “corrupção sistêmica na prefeitura, com envolvimento de inúmeras pessoas, normalizando atos de corrupção e favorecimento com uso da máquina pública”. Cinco réus já julgados e condenados juntos a mais de 85 anos de prisão por participarem do esquema fraudulento são citados com papeis distintos na organização criminosa, entre eles o advogado jauense Giuliano Griso, ex-diretor de Obras e Meio Ambiente e homem de confiança do então prefeito.
Diz o GAECO que Giuliano não entendia do cargo que ocupava, mas “tinha conhecimento no que diz respeito a cometimento de fraudes em contratos e desvios visando angariar interesses escusos e pecuniários”. Outros, como Abílio Giacon e Flávio Coletta atuaram não apenas para direcionar um certame licitatório, “mas teve finalidade muito mais ampla de criar uma fonte de renda ilícita às custas da população baririense”. Preso, o capitão da PM Alexandre Gonçalves teria recebido ordens diretas do então prefeito para intimidar participantes de licitações cujos contratos já estavam direcionados; foi ele, também, que promoveu atentado e roubou o empresário Fábio Yang, que denunciava na imprensa as suspeitas dessas irregularidades.
O esquema se concluía com o empresário Paulo Ricardo Barboza, dono da Latina Ambiental, de Limeira-SP, que ganhou licitação da limpeza pública em Bariri e cidades vizinhas. No escritório dele foi apreendida agenda com anotações de propinas pagas mensalmente a Abelardinho, fechando o que os promotores chamaram de ‘círculo criminoso’. O pivô, entretanto, era o ex-prefeito, “peça fundamental no esquema criminoso, sendo o principal articulador e avalista das fraudes e desvios de dinheiro público”.
Por fim, os promotores Nelson Febraio Jr, Gabriela Gonçalves Salvador e Ana Maria Romano pedem que a Justiça acate as denúncias e determine o pagamento de multa de R$ 11 milhões por ele e os demais réus por dano ao erário público de Bariri. Abelardinho é acusado pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitação e a contratos públicos, corrupção ativa, coação de testemunhas e roubo.
HORAH – Informação é tudo