EMPRESÁRIO DENUNCIA FRAUDE EM LICITAÇÃO NA PREFEITURA DE JAÚ

Licitação suspeita de fraude é revogada antes do fim das investigações em Jaú (FOTO: Montagem/HORAH)

VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS, DOCUMENTO FALSIFICADO E OUTRAS ACUSAÇÕES JÁ ESTÃO COM A POLÍCIA; HoraH teve acesso a tudo com exclusividade

Ofício endereçado ao chefe de gabinete da prefeitura de Jaú, Rodrigo Ávila Franco, denuncia suposta fraude em licitação para contratação de empresa para serviços de arbitragem de campeonatos municipais da Secretaria de Esportes. Assinado pelo empresário Estevam Rodrigo Castro, de Mineiros do Tietê, o documento se refere ao pregão eletrônico 008/2022, processo administrativo 5151/21, cuja sessão pública aconteceu às 9h da 2ª feira (21).

Estevam representa a 3ª colocada na licitação, ER Castro Organização de Eventos. Segundo ele, a ganhadora GHA Eventos Esportivos Ltda., de Limeira-SP, “participou da licitação utilizando certidão fraudulenta, atestando capacidade técnica pela prefeitura municipal de São Pedro”. Ocorre que há gravação de diálogo telefônico com o então coordenador de esportes da cidade, hoje chefe de gabinete Claudinei de Arruda, confessando que o atestado contém informações falsas, tanto que em dado momento ele se desculpa: “Eu peço perdão da minha parte, perdão a Deus, perdão a vocês, jamais queria prejudicar alguém”, e chega a implorar para o caso não ser levado à polícia.

Estevam não apenas formalizou a denúncia à chefia de gabinete do prefeito Ivan Cassaro como registrou boletim de ocorrência na polícia de Jaú e promete “representar ao Ministério Público, amanhã”. Em entrevista exclusiva ao HORAH, que será exibida na íntegra pela Rádio Piratininga nesta 4ª feira (23), o empresário ainda confirma vazamento “de informações privilegiadas” de dentro do setor de licitações da prefeitura de Jaú e a existência “de um conluio” neste caso, tudo já apresentado à polícia. Por causa das denúncias, Estevam também vem sofrendo ameaças – a reportagem teve acesso a uma delas.

Estevam, empresário autor das denúncias: caso vai ao MP (FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal)
Diálogo em que uma participante cita o número de empresas na disputa: informação sigilosa (FOTO: Reprodução)
Caso já foi denunciado à polícia, com entrega das mídias com diálogos, telefonemas, fotos etc (FOTO: Reprodução HoraH)

A licitação começou com o valor de R$ 297 mil e foi finalizada em R$ 140,2 mil, valor que Estevam considera insuficiente para a quantidade de compromissos. “Fazendo a divisão do valor pelos eventos daria uma média de R$ 240 por jogo para pagar tudo: arbitragem, auxiliares técnicos, quilometragem, combustível”, explicou. As duas primeiras colocadas na licitação jauense seriam de um mesmo grupo de Limeira e teriam efetuado um jogo de valores para ganhar o certame. “Curiosamente, recebi mensagem por WhatsApp de uma das participantes falando a quantidade de empresas na disputa, informação que só a prefeitura tem acesso. Como ela sabia disso?”, concluiu Estevam.

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