Engenharia ‘perna-de-pau’ do governo Jorge descobre 9 meses depois que prédios não aguentam reformas

Prefeito Jorge logo no início da reforma do Clube Real: "A todo vapor" (FOTO: Reprodução vídeo)

Anunciadas em janeiro deste ano, as reformas do Clube Real e do PAS no Distrito de Potunduva, em Jaú, sofrem “mudança de planos” após vistorias recentes; no clube, meses após visita técnica (pelo visto) sem serventia; no posto, depois de 35 dias fechado

Quando se esperava que a prefeitura de Jaú marcasse a data para entregar a tão aguardada reforma do Clube Real Sociedade no Distrito de Potunduva, o prédio foi simplesmente demolido. Sem comunicar nada para a população, as especulações (e críticas) inundaram as redes sociais, até que o vereador Jefferson Vieira, morador do distrito e aliado da administração Jorge Cassaro, fizesse um esclarecimento na câmara municipal.

“Foi constatado que as paredes não tinham condições nenhuma de permanecer no local. Então foi feito um pequeno aditivo com a empresa que ganhou para fazer a obra, não foi muito, e foi resolvido entre os donos da empresa e engenheiros da prefeitura e secretário que seria feito um clube totalmente novo. Então foram demolidas as paredes e vai ser feito um clube novo”, explicou Jefferson.

Curiosamente, a reforma foi anunciada pela prefeitura dia 19/1, ocasião em que foi noticiado que a empresa ganhadora da licitação já tinha recebido a ordem de serviço da primeira etapa da reforma; a segunda fase teve visita técnica ao local até 26/5 e propostas abertas três dias depois, com valor previsto de R$ 1,8 milhão, quando a prefeitura anunciava: “A reforma segue a todo vapor”. Sem mais nem menos, na reta final se chega à brilhante conclusão de que as paredes não aguentariam a reforma.

Nas redes sociais, o Clube Real antes e agora: paredes não suportariam reforma (FOTOS: Reprodução internet)
O anúncio da reforma, dia 19/1, conforme divulgação da Secretaria de Comunicação (FOTO: Secom/Reprodução)
Reforma do PAS Potunduva, inclusive com informações de como ficariam atendimentos daí em diante (FOTO: Secom/Reprodução)
A vistoria sem serventia feita no PAS, com destaque para o vereador Jefferson (camisa vermelha) e a secretária Ana Paula, que teria ocorrido dia 25/1 (FOTO: Secom/Reprodução)

A mesma situação aconteceu com o PAS do distrito, cuja reforma foi divulgada em 26/1, um dia após os prédios “passarem por inspeção” da secretária da Saúde Ana Paula Rodrigues, do vereador Jefferson e dos engenheiros Paulo Maranhão, da empresa responsável pela obra, e Emanuel Buzetti, da equipe técnica da Unoeste, universidade cuja contrapartida financeira do curso de Medicina vai custear o serviço.

Dia 5/10 a prefeitura divulgou que daí quatro dias o PAS seria fechado para reforma e os atendimentos transferidos. Pois 35 dias depois a reforma não começou e ganhou uma explicação nada convincente do vereador Jefferson: de que a Unoeste concluiu agora que será melhor e mais econômico construir tudo novo em outro local, talvez no bairro Olaria, deixando toda a parte tradicional do distrito desguarnecida de unidade de saúde. Os prédios atuais seriam repassados para abrigar a sede da subprefeitura, CRAS e outros serviços municipais.

jau serve

“Às vezes a gente começa com um plano e no meio do caminho esse plano muda”, justificou o vereador, meio que disfarçando a engenharia ‘perna de pau’ e a falta de planejamento e gestão do governo Jorge. Aliás, em campanha, a promessa do prefeito era reformar o Clube Real logo no primeiro ano de mandato, mas já está de malas prontas do terceiro ano e nada de honrar a palavra empenhada em troca de voto. Desconhecimento administrativo ou segundas intenções para as obras saírem na boca das eleições do ano que vem, virando novamente moeda de troca eleitoral?

HORAH – A verdade dos fatos