Escândalo da CMN – DEPOIS DE DELAÇÃO PREMIADA DE ‘LARANJA’, MPF QUER QUE CONTADOR DO GRUPO ABRA O BICO

Vinícius e o pai, Abelardo Camarinha, apontados como verdadeiros donos da CMN; eles negam (FOTO: Arquivo HoraH)

Processo investiga vários crimes de 10 acusados, entre eles Abelardo e Vinícius Camarinha

Depois da delação premiada de Sandra Mara Norbiato admitindo ter sido ‘laranja’ dos políticos Abelardo e Vinícius Camarinha, pai e filho, na propriedade do grupo de comunicação CMN em Marília, agora pode ser a vez do contador deles abrir o bico. Esse mês o Ministério Público Federal (MPF) protocolou pedido judicial de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) a Manoel Roberto Rodrigues, 70 anos. Se ele colaborar com a Justiça e entregar práticas criminosas investigadas contra os políticos e outros acusados, poderá se ver livre de condenação.

Polícia Federal e agentes da Anatel lacraram rádios e jornal que, segundo ‘laranja’, seriam propriedade de Abelardo e Vinícius (FOTO: Arquivo HoraH)

O contador é réu no processo originado na chamada Operação Miragem, que entre o final de 2016 e início de 2017 lacrou as rádios Dirceu AM e Diário FM e fechou o jornal Diário de Marília, que compunham a CMN. Polícia Federal (PF) e agentes da Anatel agiram conjuntamente no maior escândalo político-criminoso da história de Marília, cumprindo diversos mandados de busca, apreensão e até de prisão dos envolvidos. Manoel Rodrigues é acusado de falsidade ideológica e uso de documento falso, mas ainda não respondeu ao MPF nem tem prazo fixado para fazê-lo.

Durante uma das fases da Operação Miragem, apartamento do então prefeito Vinícius foi ‘visitado’ pela Polícia Federal: busca e apreensão (FOTO: Arquivo HoraH)

A Operação Miragem investiga vários crimes que teriam sido praticados por Abelardo, ex-prefeito e ex-deputado, e Vinícius Camarinha, ex-prefeito e atual deputado estadual, e mais oito acusados já denunciados à Justiça: o contador Manoel Rodrigues, José de Souza Jr, Carlos Umberto Garrossino, Marcel Certain, Edinaldo Perão, Marco Antônio Garcia, Antônio Celso dos Santos e Carlos Francisco Cardoso (de quem os políticos teriam comprado a CMN). As acusações vão desde compra fraudulenta do grupo de comunicação, ocultação de propriedade com uso de ‘laranjas’, associação criminosa, uso de documento falso, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes. O processo tramita em primeira instância na Justiça de Marília.

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