‘Escândalo do PIX’: promotor oficia Câmara de Jaú sobre inquérito; prefeito é um dos investigados

Prefeito Ivan e Marco Cipolla, amigo íntimo acusado de operar o esquema de propina e PIX (FOTO: Arquivo/HORAH)

Prefeito Ivan Cassaro (PSD) é um dos investigados por inquérito civil aberto por ordem do Promotor de Justiça Rogério Rocco Magalhães para apurar o chamado ‘Escândalo do PIX’ em Jaú. O ex-secretário da Assistência Social, Marco Cipolla, o secretário do Planejamento Urbanístico Neto Leonelli, a empresa Amplitude Engenharia e o dono, Jocimar Joaquim Pereira, também estão na lista dos investigados. A Câmara foi notificada do inquérito nesta 2.a feira 9.

Segundo Rocco Magalhães, o inquérito apura possíveis irregularidades na reforma do campo municipal; alegada extorsão e desvio de verba pública; não conclusão da obra até hoje; indícios de conluio da empresa com o poder público; violação de princípios administrativos; probabilidade de dano ao erário; e possíveis atos de improbidade administrativa. As denúncias foram levadas ao Ministério Público (MP) pelo fotógrafo Tuca Melges.

Em resumo, o empresário Jocimar teria vencido licitações para reforma do campo no valor total de R$ 2,471 milhões, e sofrido extorsões da parte de Cipolla, tido até então como homem de confiança do prefeito Ivan. Pagamentos para a obra eram liberados mediante desvio de recursos públicos, geralmente distribuídos via PIX para páginas com atuação no Facebook para promover o governo Ivan na busca pela reeleição.

Ata notarial lavrada em cartório por Jocimar em 3/9 do ano passado demonstraria o esquema. No documento, Cipolla tem áudios vazados com Jocimar e 24 trocas de mensagens, em que um pede dinheiro e o outro diz que precisa fazer aditivos ao contrato com novos valores para cobrir os gastos. Há apontamentos de que Cipolla sinalizando um pagamento de R$ 92 mil, que teria se concretizado no mesmo dia da mensagem, “o que sugere o conluio”, diz o documento.

O gestor do contrato era Neto Leonelli, que não tomou nenhuma providência. O promotor dá prazo de 30 dias ao prefeito para juntar cópia de sindicância administrativa que teria sido aberta para apurar o fatos; de toda a licitação e aditivos; justificativa para a não conclusão das obras; e a rescisão contratual. À Amplitude, pede cópias de todos os pagamentos efetuados pela prefeitura. Por fim, faz encaminhamento do inquérito ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Câmara.

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