REQUERIMENTO AO PREFEITO PEDE EXPLICAÇÕES; OFÍCIO AO TCE SOLICITA VISTORIA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
O choque causado pela reportagem do HORAH sobre a situação de abandono e destruição em que se encontra o AERO Clube no centro de Jaú continua repercutindo. Milhares de pessoas tiveram acesso às informações e fotos e comentaram o descaso da prefeitura com o patrimônio público, símbolo cultural de uma época. Agora, HORAH vai mostrar que esse abandono é recente e começou na gestão do prefeito Ivan Cassaro.
O AERO foi retomado pelo poder público após 16 anos de disputa judicial e reincorporado ao patrimônio municipal em 8 de março de 2018. “Eu nunca fui favorável ao retorno para a prefeitura, porque sabia que ia chegar aonde chegou”, comentou o vereador José Carlos Borgo, que exerce o 8º mandato legislativo, já foi presidente da Câmara, secretário municipal e até assumiu na condição de prefeito em 2005. Ele disse que até o final de fevereiro de 2021, primeiro ano da atual administração, o AERO foi usado pela prefeitura; depois disso é que foi largado.
“Em 22 de fevereiro do ano passado teve lá o cadastramento para o transporte de alunos da rede municipal, promovido pela Secretaria da Educação”, lembrou o vereador. Com base no HORAH, ele está apresentando requerimento de informações ao prefeito sobre “os projetos para utilização daquele espaço público” e ofício ao presidente do TCE-Tribunal de Contas do Estado, Dimas Ramalho, e à unidade regional de Bauru, “para que façam uma vistoria in loco de como está o imóvel hoje, que é de responsabilidade da prefeitura”.
Ex-presidente da Câmara e ex-secretária da Cultura, a suplente de vereador Cléo Furquim ficou “horrorizada” com a destruição do AERO. “Quando recebemos o clube de volta, fizemos uma força-tarefa com apoio de empresários, arrumamos tudo e usamos muito aquele espaço”, recordou. Os eventos ocorreram intensamente em 2018, 2019 e 2020. “Eu mesmo participei da feira de conscientização do autismo, de show com a banda Placa Luminosa e tantos outros”, indicou Borgo. “Trouxemos o Circuito Sesc de Artes em abril de 2019 e fizemos muitas outras atividades”, acrescentou Cléo.
Mas de fevereiro de 2021 em diante a cidade ficou carente de eventos e o AERO deixou de ter utilidade para a administração, servindo inclusive de depósito para materiais da Cultura e de veículos velhos da frota. Alegando medida de economia, a energia foi desligada, a vigilância municipal afrouxada e aí começaram as invasões e furtos. Em 15 de janeiro deste ano teve furto de baterias dos veículos, que acabaram removidos de lá; depois veio a enchente do dia 30 e até os portões foram derrubados. Hoje o clube não tem mais lâmpadas, fiação, hidrantes, torneiras; o telhado está danificado e o forro desabando por causa das infiltrações; o que restou dentro do clube foi destruído por vândalos.
Apesar de tudo, ao invés de tomar medidas para recuperar o patrimônio público, servidores que pedem o anonimato relatam à reportagem que a preocupação do governo é descobrir como HORAH teve acesso ao clube para fazer fotos e relatar o abandono em que ele se encontra. Servidores de outras áreas teriam sido improvisados como vigias do prédio e, segundo se comenta nos bastidores do governo, um ‘bate-pau’ da administração tem feito aparições de surpresa no clube na tentativa de flagrar quem esteja ‘bisbilhotando o AERO’.
HORAH – A VERDADE DOS FATOS
