Advogado, Dr. Rodrigo Campanhã é da base política do prefeito Ivan Cassaro na Câmara e surpreendeu ao denunciar vereadores com “privilégios” na Saúde ou mesmo no hospital
Vereador Dr. Rodrigo Campanhã (PSD), surpreendeu na sessão da Câmara de Jaú na 2.a feira 10, ao ocupar a tribuna e acusar colegas de terem “privilégios” junto à Secretaria da Saúde para passar pessoas indicadas por eles na frente de quem espera na fila por cirurgias eletivas. Ele chegou a dizer que quando eram contrariados, iam direto à Santa Casa, hospital contratado pelo município para fazer as cirurgias, onde exigiam uma espécie de reserva de vagas para seus protegidos.
“Tinha – eu quero usar o ‘tinha’ porque, se continuar, isso vai parar no Ministério Público – vereadores com privilégio aqui, principalmente na Saúde, passando gente na frente. É paciente do vereador tal? Pode atender. Gente, a dor daquele paciente que procura o vereador ‘X’ ou daquele que me procura é menor ou maior? Não é”, denunciou Dr. Rodrigo, que também é advogado e já foi chefe de gabinete do prefeito Ivan Cassaro (PSD).
Ele deu exemplo do próprio sogro que precisava de cirurgia de hérnia às pressas, pagou consulta particular e foi encaminhado para cirurgia no mesmo dia. “Seis meses depois, meu sogro recebe uma ligação da Secretaria da Saúde. Sabe o que era? Chegou a vez dele operar. Se ele tivesse que morrer, tinha morrido. Se ele tivesse procurado determinados vereadores aqui, pode ser que teria operado antes”, acrescentou Dr. Rodrigo.
Ele envolveu também a Santa Casa nessa “pequena fiscalização que tá só no início” sobre os tais privilégios de certos colegas da Câmara, sem nunca citar nomes. “Hora que tomou um ‘não’ na Secretaria da Saúde, tipo: “Não vai mais acontecer isso”, buscou outro meio. Vai lá na Santa Casa. Quantas cirurgias o nosso governo paga aí? Dez? Reserva quatro pra mim”, disse o vereador, que pediu a colaboração de todos para por um fim nessa situação.
Fura-fila para cirurgias eletivas é assunto recorrente na câmara e chegou a ser comentado no início da legislatura passada pelo vereador Maurílio Moretti, que, ao ser confrontado para dar nomes, se esquivou dizendo que havia sido mal interpretado. Agora, as gravíssimas acusações do Dr. Rodrigo podem ser questionadas na Comissão de Ética do Legislativo, para informar quais são os vereadores que se utilizaram dessa prática; pela direção da Santa Casa, que nega qualquer situação dessa natureza dentro do hospital; e pelo próprio prefeito, para mostrar à sociedade que não compactua dessa atitude criminosa.
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