Falta de AVCB ameaça uso do recinto de exposições para realização da ExpoJaú

Advogada Dra. Ynessa, que atua na Ação Popular sobre prédios públicos sem AVCB em Jaú, em entrevista ao HORAH (FOTO: Reprodução)

Juiz da 4.a Vara Cível da Comarca de Jaú dá 15 dias para Corpo de Bombeiros apresentar listagem de prédios públicos municipais sem vistoria e informações sobre as condições de segurança de cada um deles

O Corpo de Bombeiros de Jaú tem prazo de 15 dias para apresentar listagem dos 86 prédios públicos municipais denunciados por falta de AVCB, o auto de vistoria da corporação para atestar as condições adequadas de segurança de cada um deles, e 30 dias para dizer detalhadamente o que falta nesses locais. A medida consta de ofício do dia 2, que o juiz da 4.a Vara Cível da Comarca de Jaú, Dr. Guilherme Eduardo Mendes Tarcia e Fazzio, encaminhou à corporação.

A determinação foi dada na avaliação de Ação Popular proposta contra o Município por inexistência do AVCB nos prédios públicos, entre os quais o da própria Prefeitura e Câmara, diversas secretarias municipais, postos de saúde, hospitais, escolas e creches, Tiro de Guerra, o Fórum, a sede do 27.o Batalhão da Polícia Militar e, pasme, até o recinto de exposições onde é realizada anualmente a ExpoJaú. O evento reúne milhares de pessoas em um local sem AVCB e, portanto, sem documento que ateste a segurança adequada para frequentadores e quem trabalha no local, levando a supor que todos ficam expostos a tragédia iminente.

“Faça o que eu falo, não faça o que eu faço”, resumiu a advogada Ynessa Graciano, que atua na Ação Popular e comentou a determinação judicial com exclusividade para o HORAH, visto que a prefeitura exige o documento de estabelecimentos comerciais e até faz a lacração deles, mas não age com igual rigor em seus próprios prédios. “Infelizmente, a gente vê um descaso realmente da prefeitura com os seus prédios. No caso da prefeitura, que recebe centenas de pessoas diariamente, frequentadores em busca dos serviços públicos e os próprios servidores estão submetidos a situação de risco”, disse.

Quanto às escolas de educação infantil, bebês e crianças pequenas são as vítimas potenciais da negligência da prefeitura; em relação à ExpoJaú, que recebe “milhares de pessoas num evento que comemora o aniversário da cidade, todas estão sujeitas a uma tragédia como a que aconteceu na Boate Kiss (no RS), por exemplo, por puro descaso das autoridades municipais”, disse Dra. Ynessa. Ela lembrou que a prefeitura firmou contrato com empresa para realizar o evento ano passado, e constava a necessidade do AVCB; “mesmo sem essa cláusula ter sido atendida, a prefeitura autorizou a festa, quando o ideal seria dizer que não era possível para não expor ninguém a nenhum tipo de risco”.

Agora é aguardar o prazo fixado pelo juiz para o Corpo de Bombeiros se manifestar e, com base na resposta, aguardar a sentença final sobre os pedidos da Ação Popular. Dra. Ynessa não descarta a possibilidade de ser solicitada a proibição de se fazer a ExpoJaú no recinto de exposições, por exemplo, caso ele não atenda os requisitos mínimos de segurança; em relação aos demais prédios, todos ficam sujeitos a pedidos de interdição pelo mesmo motivo.

Milhares de pessoas amontoadas na ExpoJaú 2023: sem alvará dos bombeiros (FOTO: JaúClick/Reprodução)

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