
A família da empresária Pâmela Garcia Lopes Hanamoto desembolsou R$ 15 mil à vista, com pagamento via PIX efetuado na noite da 2.a feira (20), para ser resgatada do litoral norte paulista por dois helicópteros. Os voos saíram de São Sebastião, onde a família passava o carnaval, para o aeroporto Campo de Marte em São Paulo. Para conseguir o valor integral, a empresária contou com a ajuda de amigos em Tupã, região de Marília, onde a família reside.


O primeiro helicóptero levantou voo por volta das 16h da 3.a feira (21), com os pais e a sogra de Pâmela, todos idosos; só 25 minutos depois a outra aeronave chegou para retirar a empresária, o marido e a filha de 7 anos. Mas foi justamente nesse momento que voltou a chover forte, para desespero da família. Assim mesmo o helicóptero decolou e logo depois “começou a rodar, rodar, rodar, rodar e eu percebi que algo estava errado”, contou ao portal G1, observando que estavam sobre o mar e não avistavam cidade ao redor. O trajeto que deveria demorar 30 minutos já estava com 3 horas, quando o piloto decidiu por um pouso de emergência em uma escola de aviação. Uma hora e meia depois, quando o tempo melhorou, eles seguiram mais 15 minutos de helicóptero até o destino.
A família só chegou a Tupã nesta 4.a feira de Cinzas, levada por carros de amigos que foram encontra-los na Capital. O carro em que os familiares de Pâmela viajaram para São Sebastião foi deixado para trás, junto com a maioria dos pertences deles, sem saber quando voltarão para buscá-lo — se é que voltarão. A empresária contou que tentaram deixar o litoral de carro, mas só encontraram “barreiras, muita lama, muita gente gritando” pelo caminho, então decidiram voltar para o hotel, onde faltava luz, não tinha mais internet e a água estava racionada.
O litoral norte paulista foi atingido por temporais com acumulados de até 680 milímetros de chuva em curto espaço de tempo, o que provocou deslizamentos de terra, destruição de casas e desmoronamento de rodovias. O número oficial de mortos até esta 4.a feira se aproximada de 50, com cerca de 60 pessoas ainda desaparecidas. O cenário de destruição continua sendo remexido por equipes de buscas atrás de corpos e até de sobreviventes, hipótese que vai ficando cada vez mais remota com o passar das horas.
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