“FOMOS PEGOS DE SURPRESA”, DIZ SINDICATO SOBRE FECHAMENTO DA YARA BRASIL

Unidade Jaú da Yara Brasil: fechamento (FOTO: Reprodução Web)

SECRETÁRIO DO DESENVOLVIMENTO LAMENTA FALTA DE NEGOCIAÇÃO E 29 DEMISSÕES: “SÓ CHEGOU A CONTA”

Unidade de Jaú da Yara Brasil S.A. encerra atividades no Jd. Santo Ivo, Zona Sul, e demite os 29 funcionários da área operacional. A data limite é dia 30. A produção de fertilizantes será transferida para Sumaré (onde já existe fábrica do grupo norueguês) e alguns funcionários de Jaú poderão ser convidados para trabalhar no local – os demais receberão as contas. As informações são do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas (SindQuimBru) em Bauru, que responde pela região, Edson Bicalho.

“A empresa procurou o sindicato dia 4 pra comunicar que decidiu encerrar as atividades em Jaú. Falou com o sindicato e depois chamou um a um os funcionários para fazer o mesmo comunicado. Não se discutiu nada e fomos pegos de surpresa, porque Jaú foi uma das unidades do grupo que mais faturaram no Brasil no ano passado”, disse Bicalho ao HORAH. “A decisão foi fechar Jaú e levar tudo para Sumaré”, acrescentou.

Sindicalista Bicalho reclama que Yara Brasil se limitou a comunicar decisão, sem discuti-la (FOTO: Reprodução Web)

A alegação da empresa é que se trata de “decisão da matriz”, que a unidade de Sumaré estava ociosa e que, por questão de logística, foi melhor transferir tudo para lá. “Encerraram atividades em Jaú e juntaram a produção com a outra, porque não compensava manter as duas fábricas abertas”, afirmou Bicalho. Por se tratar de multinacional que está em 150 países, “não existe compromisso com a população local, com o Município, Estado ou a União, e vão para onde for mais rentável e lucrativo”.

Secretaria do Desenvolvimento e Trabalho: “impacto seria menor” se empresa tivesse iniciado negociação inclusive com o Poder Público

PODER PÚBLICO – Para a economia jauense que vem cambaleando há anos, trata-se de mais um duro golpe. “Para nós só chega o final da conta. Ninguém nos procurou para uma negociação, para ver o que podíamos fazer numa situação dessas. Vamos falar com o sindicato, entrar em contato com esses funcionários e conversar, verificar nossas vagas [de trabalho], se precisam de requalificação e tentar recoloca-los no mercado”, comentou Paulo Tebaldi, secretário municipal do Desenvolvimento e Trabalho.

APOIO AO CALÇADO – Ele falou que a secretaria vai adotar no atual governo “um conceito de gestão empresarial” e que o ideal é sempre “conversar antes, não depois” de uma empresa fechar e demitir. “Se tivéssemos tido a chance de acompanhar todo esse processo, com certeza o impacto seria menor”, ponderou. Paulo disse ainda que nesse momento a secretaria desenvolve planejamento para atuar e recuperar o setor calçadista, um dos alicerces da economia de Jaú, e que pretende envolver diretamente os empresários – grandes, médios e micro. Ele estima que “em 30 dias [a secretaria] já estará desenvolvendo essas ações no processo de parceria” com o setor.

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