O ex-prefeito e deputado Vinícius Camarinha e o pai dele, o ex-deputado Abelardo Camarinha, estão com os direitos políticos cassados por 8 anos. Eles foram condenados por abuso do poder econômico e do uso da mídia na campanha eleitoral de 2016, quando Vinícius concorreu à reeleição e foi derrotado por Daniel Alonso, o atual prefeito de Marília. A decisão é do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, se não for mudada, tira pai e filho da próxima eleição à Prefeitura.
DANIEL – Eles foram denunciados à Justiça Eleitoral ainda em 2016, pela coligação Marília: Desenvolvimento Sem Corrupção, liderada pelo então candidato a prefeito Daniel Alonso. Na época, os abusos proibidos pela legislação eleitoral ocorreram especialmente no jornal Diário e nas rádios do grupo político dos Camarinha (tanto o jornal quanto as rádios Dirceu AM e Diário FM não existem mais), além das rádios Jovem Pan FM e 950 AM.
5 a 1 – Advogado de Daniel, Alexandre Sala explicou que Vinícius e Camarinha foram denunciados por meio de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), logo após proclamado o resultado das eleições de 2016. No julgamento de 1ª instância, no Fórum de Marília, pai e filho foram absolvidos. Contudo, houve recurso ao TRE de SP e o julgamento, concluído nesta 3ª feira (25), reformou a decisão inicial por 5 votos a 1, condenando os dois. Eles ainda podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
MAIS CONDENADOS – Além de Vinícius e Camarinha, o TRE também condenou outros envolvidos nos abusos cometidos na eleição passada, como o candidato a vice-prefeito, dentista Élio Ajeka, o diretor da rádio JP Vicente Giroto, a ex-diretora do Diário Sandra Norbiato (que disse à Justiça que era ‘laranja’ da família Camarinha à frente das rádios e do jornal), o diretor da TV Marília Toni Filho e o radialista e sócio da rádio 950 Wilson Matos.
CAMARINHA – Pelas redes sociais o ex-deputado Camarinha se manifestou sobre a condenação no TRE, afirmando que o recurso de Daniel contém “mentiras e calúnias”, que a ação judicial representa “medo das urnas” em 2020, quando pretende ser candidato, e que irá recorrer da sentença “com a plena certeza” de que reverterá esse quadro.
NOTA – Em nota à imprensa, a defesa de Daniel e da coligação disse que “aguarda a publicação do acórdão” para definir as medidas que tomará com o objetivo de manter a condenação dos réus. A nota observa, ainda, que “a decisão de 1ª instância invocou ausência de provas, o que não ocorreu, pois é fato público e notório em Marília o uso indiscriminado, indevido e abusivo dessas rádios e meios de comunicação do grupo político do ex-prefeito Camarinha para interferir nas eleições”. E que essa prática “continua acontecendo com a 950 AM e outros meios de co9municação”, tanto que Daniel “já solicitou à sua defesa que tome as devidas providências para evitar prejuízos nas futuras eleições”.
QUEM ATUOU – A defesa de Daniel foi liderada por Alexandre Sala, com atuação também dos advogados do Escritório Souza & Silva (de Ademir Souza e Silva, com participação inicial de Alysson Souza e Silva, atualmente afastado da advocacia privada por ocupar cargo na Administração Municipal) e do Escritório Kuffa Advogados Associados (de Karina Kuffa e Amilton Kuffa, que defenderam o presidente Bolsonaro na campanha de 2018).
HORAH – Você sabe mais
