Golpe do financiamento: delegado já ouviu 30 vítimas; acusado será o último

Dr. Nelson chegou a ouvir mais de 30 supostas vítimas (FOTO: Reprodução/Facebook)

DESSE TOTAL, “DE 10 A 15 JÁ REPRESENTARAM” CONTRA O COMERCIANTE BRUNO DERVAL; ele é acusado de financiar veículos sem conhecimento dos donos e ficar com o dinheiro

O número de vítimas do golpe do financiamento de veículos que teria sido aplicado pelo comerciante Bruno Derval, 33 anos, dono de uma revenda de automóveis na Av. Zezinho Magalhães em Jaú, não para de crescer. “Comecei a ouvir as vítimas. Eu já contei trinta e acho que vai aparecer mais”, declarou o delegado Nelson Henrique Júnior, responsável pelo inquérito. Só depois que vítimas e testemunhas forem ouvidas e provas juntadas é que o delegado pretende tomar o depoimento de Bruno, que, segundo apurou HORAH, não está na cidade, mas encontra-se “em local e endereço certos em outra localidade”. O advogado do acusado já teria procurado a polícia para dizer que ele está à disposição para colaborar com as investigações e que pretende ressarcir os prejuízos causados às vítimas.

Acusado de golpe estaria em outra cidade, aguardando ser chamado para depor à polícia (FOTO: Reprodução/redes sociais – montagem HORAH)
Comerciante tinha o hábito de exibir carros de luxo e andar com pacotes de dinheiro no bolso (FOTO: Reprodução/Redes sociais)

Quando havia apenas um boletim de ocorrência registrado com nove vítimas, Dr. Nelson estimava um prejuízo “de uns R$ 700 a R$ 800 mil, por baixo”; agora que já são 30 vítimas ouvidas, essa cifra pode chegar a milhões. Do total de pessoas que se dizem lesadas pelo comerciante, o delegado disse que “de 10 a 15” já representaram contra ele, o que permitiu a instauração do inquérito e, ao final das investigações, a remessa do caso ao Ministério Público (MP). Por se tratar de estelionato contra várias vítimas, o que configura crime continuado, e possivelmente falsidade ideológica por informar dados falsos em documentos oficiais para obter os financiamentos, Dr. Nelson acredita que o comerciante, se condenado, poderá pegar “até 20 anos de reclusão”.

Além das vítimas e testemunhas, o delegado investiga também se o acusado teve ajuda de funcionários da empresa financiadora para obter os recursos. “Tudo leva a crer se tratar de uma financiadora de Ribeirão Preto”, adiantou Dr. Nelson. Em linhas gerais, o comerciante simulava adquirir o veículo de um pretenso interessado em vendê-lo, “não pagava e com o próprio veículo ele o financiava sem o consentimento da vítima e da terceira pessoa que estava de boa fé”, pretendendo compra-lo. O dinheiro, claro, ficava com o comerciante. Questionado se ele não oferece risco de aplicar novos golpes estando em liberdade, Dr. Nelson foi objetivo: “É arriscado, são muitos crimes, mas vamos ver no curso do inquérito e talvez eu tome outras medidas (…). Faltam algumas diligências, aí na próxima etapa vou inquirir o acusado e depois mandar tudo pra Justiça, que vai ver se é o caso ou não de decretar a prisão dele”.

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