‘Indústria da multa’ – ROGERINHO VAI CONVOCAR AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA

Vice-presidente da câmara, vereador Rogerinho é autor do requerimento para a audiência pública dos radares (FOTO: Jornal Cidade/Reprodução)

ATUAÇÃO DA RIZZO PARK “ESTÁ ACABANDO COM A CIDADE”, DIZ VEREADOR; COMERCIANTES E MP SERÃO CHAMADOS

O que está sendo chamado de ‘indústria da multa’ em Marília será foco de audiência pública na Câmara Municipal nos próximos dias. Por iniciativa do vereador Rogerinho (PP), “comerciantes e representantes do Ministério Público (MP)” serão convidados para debater o problema com os vereadores. Na mira disso tudo está a empresa Rizzo Park, responsável pelo gerenciamento das mais de 3 mil vagas de estacionamento nas vias públicas da cidade.

“Segunda-feira (14) vou convocar essa audiência pública, porque essa empresa está acabando com a cidade, são muitas as reclamações de abusos cometidos por ela”, disse Rogerinho ao HORAH. Ele mesmo foi vítima, documentou tudo e irá apresentar na audiência. “Parei o carro em frente à Câmara, acionei o aplicativo do estacionamento e paguei pelo cartão, mas fui multado faltando 15 minutos pra vencer o horário. Então tem muita irregularidade mesmo”.

Os problemas causados pela Rizzo Park são tantos que hoje sobram vagas para estacionar, prejudicando diretamente o comércio e gerando muitas queixas: que a Zona Azul expandiu demais e precisa ser diminuída; que é uma dificuldade ter de tirar o carro do lugar depois que vence o período do estacionamento; que moto não paga, mas precisa ser movimentada a cada hora; que você para o veículo e pela lei tem 15 minutos pra acionar o sistema, mas antes disso já colocam o papelzinho no para-brisa e você tem de pagar R$ 20; que muitas pessoas não conseguem usar o cartão e nem as máquinas colocadas nas esquinas funcionam; e que nem sempre você acha os funcionários da empresa na rua. “A coisa está muito séria e precisa ter um fim”, disse Rogerinho.

Segundo usuários, máquinas instaladas nas esquinas não funcionam adequadamente (FOTO: Divulgação)

Em novembro do ano passado HORAH publicou denúncias que estavam nas redes sociais sobre metas de multas exigidas dos funcionários da Rizzo Park. O caso foi levado à Câmara pelo presidente Marcos Rezende (PSD): “(…) falam em multa diária de R$ 250 e uma (cota) mensal de R$ 7 mil” por funcionário, disse da tribuna. Ele também citou os “vintão” cobrados após os 15 minutos estacionados sem acionamento do sistema; se não forem pagos em 48 horas, viram multa de R$ 195 e perda de 5 pontos na CNH. Tudo isso também está sendo criticado por Rogerinho.

Também em novembro, a empresa respondeu questionamento do HORAH afirmando que não emitia multa, que “aviso de irregularidade (dos ‘vintão’, por exemplo)” ocorre somente se for infringida a lei que regulamenta as vagas do centro e que “não existe meta de multas” e, sim, “de fiscalização de veículos e venda de tickets para garantir atendimento ao máximo de pessoas”. Por fim, que o “sistema é transparente ao MP, a prefeitura e a Emdurb (responsável pelo trânsito em Marília)”. Entretanto, não é o que parece e o que dizem os usuários da Zona Azul de Marília.

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