INSATISFEITA COM GESTÃO, SERVIDORA PEDE TRANSFERÊNCIA DA SAÚDE PELA 4ª VEZ

Simone, de jaleco branco, durante vacinação da Covid (FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal)

CONCURSADA E NA PREFEITURA HÁ 11 ANOS, ELA SE DIZ ‘DOENTE’ COM MUITA COBRANÇA, POUCO SALÁRIO E CORTE NAS HORAS EXTRAS

Concursada e com 11 anos de serviços prestados como técnica de enfermagem, a servidora pública municipal Simone Cristina De Luca já pediu quatro vezes para ser transferida da Saúde para “qualquer outra secretaria” da prefeitura de Jaú. Em entrevista exclusiva ao HORAH, ela disse que não suporta mais as cobranças, perseguições e baixos salários pagos pela atual administração. “E olha que eu votei nesse prefeito, mas de todas as gestões que eu trabalhei, esta é a pior” – pondera Simone.

O piso salarial de apenas R$ 1,5 mil, mudanças frequentes nos plantões, cortes nas horas extras e troca da chefia das escalas pela 7ª vez em pouco mais de um ano levaram a servidora ao esgotamento físico e mental. “Estou ficando doente com isso tudo, ninguém mais trabalha satisfeito, é muita exigência e nenhum reconhecimento”, resumiu. As respostas aos pedidos de transferência são sempre iguais. “Informamos que diante da atual necessidade da secretaria de saúde, (…) não há como dispormos de técnico de enfermagem no momento”, escreveu a secretária Ana Paula Rodrigues no dia 10/5.

No Facebook, Simone vem manifestando a insatisfação com a gestão da saúde em Jaú (FOTO: Reprodução/Facebook)

HORAH teve acesso ao último pedido de transferência de Simone. “O motivo principal é pelo desrespeito do gestor da saúde com a enfermagem”, escreveu. Ela destacou na entrevista que teve cortadas as horas extras que fazia nos finais de semana nos últimos 11 anos, “sem qualquer justificativa”, e que é sempre empurrada para plantões que ninguém aceita, como em datas comemorativas do Dia das Mães, Natal e Ano Novo – o que pode caracterizar perseguição, inclusive. Simone reclama ainda do ponto: “Bastam 15 minutos de atraso no mês inteiro e eles cortam o pagamento do seu fim de semana” – pior é que o ponto às vezes é batido num determinado local e o serviço é deslocado para outro bem distante, forçando os atrasos.

As queixas da técnica de enfermagem são compartilhadas por vários outros servidores, sejam nas postagens feitas no Facebook ou comentários nas redes sociais. “Mas nem todos tem coragem de publicar ou de encarar a secretária. Não é o meu caso, que não tenho nada a perder, nenhum tipo de envolvimento político ou essas porcariadas, então não tenho do que ter medo”, reforçou Simone. Tanto que ela promete “contar tudo o que se passa ao Ministério Público, fora o que os vereadores (da oposição) já protocolaram”.

HORAH – A VERDADE DOS FATOS