Ivan na Câmara – PARA OS GOVERNISTAS, “UM FEITO”; PARA A OPOSIÇÃO, NADA A ACRESCENTAR

Jurídico fala que 'indeferimento sumário' foi a 'consequência mais lógica' sobre o pedido de cassação (Foto: Reprodução web)

PREFEITO DE JAÚ AGENDA ENCONTRO, MAS FAZ PARECER CASUAL; NA PAUTA, SÓ CONVERSA, SEM NENHUMA PROPOSTA DE TRABALHO

 

A visita ‘surpresa’ do prefeito Ivan Cassaro e do assessor de gabinete Lampião à Câmara de Jaú, pouco antes do início da sessão de 2ª feira (25), repercutiu de maneira diferente entre vereadores da base aliada e oposicionistas. “Tivemos a realização de um feito, que assisti pela primeira vez nesses mandatos que detenho na Câmara”, declarou Dr. Segura, o mais velho entre os vereadores, com 70 anos, e no exercício do 4º mandato consecutivo.

Borgo, 68 anos e com 8 mandatos, surpreendeu-se com a presença do prefeito: “Eu não sabia que ele viria a esta Casa. Esperava ao menos que trouxesse propostas, alguns assuntos importantes pra discutir com os vereadores. Mas para minha surpresa ele veio aqui dizer que está de portas abertas, gostaria de atender a todos, que está muito interessado em ajudar a cidade e gostaria de ser apoiado naquilo que propor. Sinceramente, nunca vi um prefeito vir aqui dizer que torce contra a cidade e que não vai fazer nada”, ironizou.

Borgo cobrou propostas do prefeito (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

Para Dr. Segura, a atitude de Ivan foi uma demonstração de “humildade” ao comparecer à Câmara “pra conversar e se colocar à disposição de todos os vereadores, para o bem da nossa cidade”. E acrescentou adjetivos, afirmando que “foi uma atitude louvável, que presenciei uma única vez, e que espero que frutifique e traga benefícios para a cidade”. Por fim, Dr. Segura ponderou que “a oposição vai continuar existindo, mas o prefeito teve a humildade de vir aqui”.

Borgo não viu vantagem nenhuma e cobrou outra postura de Ivan. “Gostaria que ele trouxesse a proposta da reforma administrativa, a quebra do contrato com a Águas de Jahu, o Refis, uma verdadeira Farmácia Central para atender as pessoas com dignidade, a construção de um PA na Praça Jorge Tibiriçá (em frente à Santa Casa), o anúncio de uma grande empresa cuja vinda dependesse do apoio desta Casa, a construção de uma UBS no Frei Galvão, de uma creche, de colocação de mais médicos nos PASs”. E concluiu: “Não, (o prefeito) veio aqui para dizer que as portas estão abertas e que nós precisamos trabalhar juntos”.

Outros vereadores ouviram o prefeito e depois murmuraram pelos corredores da Câmara que ele cobra apoio, mas dá tratamento desigual aos pedidos encaminhados à administração. A construção de uma lombada próximo a um colégio particular na Av. João Franceschi foi citada como exemplo. “O Fábio de Souza pediu, o Mateus Turini pediu, mas bastou o Leandro Passos pedir para ser atendido”, comentou um deles, observando que só o último é da base aliada. A mesma coisa acontece no distrito de Pouso Alegre de Baixo, onde os pedidos não atendidos foram tantos que o vereador Chupeta resolveu romper com o governo: “Tenho nojo dessa administração!”

Curiosamente, apesar da grande importância da visita segundo os governistas, não foi feito nenhum registro do encontro, sequer em foto. “Diálogo informal”, justificou o líder do prefeito na Câmara, Rodrigo de Paula. Outros disseram que “apesar de estar combinado” entre o gabinete e a base, “fizeram parecer uma visita casual”. O presidente da Câmara João Brandão também participou, o que revestiu a reunião de certa oficialidade, já que os representantes dos poderes Executivo e Legislativo estavam presentes – e em dia de sessão legislativa.

O último encontro dos vereadores com o prefeito foi na famigerada reunião do ‘levanta a mão’ pelo rompimento do contrato com a Águas de Jahu, em abril (Foto: Reprodução vídeo)

HORAH – Informação é tudo