O ex-secretário da Assistência e Desenvolvimento Social Alexandre Pereira da Silva protocolou petição de suspeição com pedido de afastamento do presidente da CEI da Covid na Câmara Municipal de Jaú, vereador Maurílio Moretti (PSL). Alexandre, que também é bacharel em Direito, o acusa de fazer um jogo de cartas marcadas em que as investigações estariam direcionadas para atender aos interesses políticos pessoais de Moretti, que agiria com “parcialidade e atos inconstitucionais”. Um deles teria sido a decretação de sigilo absoluto nas investigações sobre o uso do dinheiro para enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Jaú, na administração passada.
No documento protocolado na presidência da Câmara com data do dia 18, o ex-secretário alega que o sigilo fere a Constituição, que manda dar publicidade aos atos da administração pública. E da forma como foi feita, por imposição do presidente da CEI, sem votação dos membros, o sigilo “impede a apreciação da conduta interna dos vereadores” na investigação, diz o documento, cuja cópia HORAH teve acesso. Também é feita uma narrativa em ordem cronológica, iniciando na sessão da Câmara de 22 de fevereiro, de todas as citações de Moretti sobre “supostas irregularidades no uso de verbas públicas” na gestão passada para enfrentar a pandemia.

Na sessão de 1.o de março, por exemplo, quando o vereador propôs requerimento da CEI, o documento diz que ele também “já condenava” ex-agentes públicos como Alexandre, alegando que “um monte de dinheiro sumiu”. São várias as menções de Moretti às cestas básicas distribuídas a famílias carentes em 2020, observando que mesmo assim tem “gente passando fome na cidade” – as cestas eram atribuição da secretaria administrada à época por Alexandre. Moretti teria demonstrado parcialidade também quando foi proposta a CEI da Vacinação: ele não apoiou a investigação de supostas irregularidades do atual governo, do qual é aliado, alegando que o procedimento teria cunho político para desviar o foco da CEI da Covid.
Por fim, Alexandre pede que a presidência da Câmara julgue procedente a petição de suspeição do presidente Moretti e determine “o imediato afastamento” do vereador da CEI. ao HORAH, o ex-secretário disse que vai aguardar o posicionamento do presidente João Brandão (Patriota) “para determinar o que fazer, depois”. Contudo, deixou claro que não descarta denunciar o caso ao Ministério Público e até mesmo ingressar com ação judicial contra Moretti.
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