Justiça – MORTE DE BEBÊ POR ASFIXIA: PADRASTO PEGA 2 ANOS EM REGIME ABERTO E É COLOCADO EM LIBERDADE

Padrasto do bebê, Bruno, que estava preso, já recebeu o alvará de soltura (FOTO: Aceituno Jr/JCNet / Reprodução)

Após mais de 13 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Bauru condenou Bruno Miziara de Abreu, 27 anos, por homicídio culposo na morte do bebê Orlando Oliveira Araújo, de 6 meses de vida. A criança era filho da então namorada de Bruno e morreu por asfixia mecânica enquanto era cuidado pelo padrasto. Bruno pegou 2 anos em regime aberto e deixou o Júri com o alvará de soltura em mãos.

Os jurados entenderam que ele não teve a intenção de matar o bebê, apenas agiu com desleixo ao enrolar a criança em um cobertor, enquanto dormia, o que acabou asfixiando o menino. Bruno estava preso desde março do ano passado. Contado esse tempo, ele tem de cumprir apenas mais 4 meses da condenação. O promotor de Justiça Alex Gomes disse que vai recorrer da decisão – ele defende que houve homicídio doloso triplamente qualificado: motivo torpe, uso de meio que impossibilitou a defesa da vítima e asfixia.

Ao tomar conhecimento da sentença, mãe da criança, Marcela, precisou ser amparada por familiares e amigos (FOTO: Aceituno Jr/JCNet / Reprodução)

MÃE – A decisão da Justiça determina ainda que a polícia abra inquérito para que também a mãe da criança, Marcela Grecchi, responda pelo crime de homicídio culposo, por não ter zelado pela vida do filho como deveria. Quando a criança morreu, ela estava trabalhando. A medida causou revolta na família dela e ataques à Justiça – a avó do bebê, por exemplo, gritou que ‘soltaram o assassino’. Durante o julgamento, testemunhas disseram que Bruno batia no menino quando ele chorava, o que foi admitido pelo próprio réu, e que o padrasto demorou para socorrer o bebê asfixiado.

COMO FOI – O bebê morreu em 7 de março do ano passado, na casa em que vivia com a mãe, Marcela, e o padrasto Bruno, em Bauru. Como Marcela estava trabalhando, Bruno estava em casa com o bebê. A versão foi de que a criança sufocou sozinha em meio a cobertores, na cama. 9 dias depois, Bruno foi preso. Laudo do IML indicou morte violente por asfixia mecânica, o que fez a polícia mudar o inquérito de morte acidental por homicídio qualificado. Apesar disso, o Tribunal do Júri teve entendimento divergente e Bruno acabou condenado em regime aberto.

HORAH – Você sabe das coisas