Justiça ouve 2 testemunhas sobre uso de páginas para influenciar eleições em Jaú

Juíza eleitoral Dra. Daniela Nino comandou audiência de maneira online e não presencial, no Fórum de Jaú (FOTO: Reprodução)

Cobrança de propina de empresa que reformava campo municipal, com pagamento de PIX para influenciadores digitais, é um dos pontos da investigação

Justiça de Jaú realizou audiência online na 5.a feira 6 para dar andamento à AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral protocolada pelo partido Podemos contra o prefeito reeleito Ivan Cassaro e a vice Juliana Fabre, que pretende apurar suposto uso indevido dos meios de comunicação para influenciar no resultado das eleições. Ivan venceu com quase 74% dos votos. A ação pede a cassação dos mandatos dele e da vice e a inelegibilidade dos demais envolvidos e segue sob sigilo.

HORAH apurou, entretanto, que duas testemunhas foram ouvidas: a arquiteta Andressa Navas, arrolada pelos autores da ação, e o delegado Marcelo Goes, apontado por um dos investigados. A juíza eleitoral Dra. Daniela Nino não autorizou ouvir dois investigados levados à audiência por seus advogados: o jornalista Rodrigo Boni e o pizzaiolo Glauber Cardoso, donos de páginas que supostamente teriam sido usadas para enaltecer o prefeito e atacar adversários.

Ata Notarial descreve diálogos por WhatsApp entre Marco Cipolla, ex-secretário da Assistência Social na Prefeitura de Jaú, e o empresário Jocimar, sobre pagamentos a publicitário e influenciadores digitais (FOTO: Reprodução doc. oficial)

A cobrança de propina contra o empresário Jocimar Joaquim Pereira, da Amplitude Infraestrutura, de Nova Odessa-SP, ganhador da licitação para reformar o campo municipal, é apenas um dos pontos da investigação. O dinheiro recebido dele mediante pagamentos de etapas da obra teria sido usado para custear as páginas, influenciadores digitais, publicitário, radialistas e jornalistas. Porém, mesmo intimado, ele nunca apresentou defesa nem apareceu na audiência, mas lavrou Ata Notarial em cartório confirmando o repasse de dinheiro para várias pessoas. O documento faz parte da AIJE.

Além do prefeito e da vice, são réus na ação ao menos quatro pessoas contra as quais existiriam provas de recebimentos indevidos, fora os investigados. Agora a juíza aguarda o retorno de ofícios com resultados de diligências solicitadas à polícia e ao Ministério Público, para, na sequência, abrir prazo de dois dias para alegações finais; aí o processo fica concluso para julgamento em primeira instância. Seja qual for a sentença, caberá recurso às instâncias superiores.

PIX – Segundo apurou HORAH, a história do PIX tem essa vertente eleitoral e mais duas: de improbidade na obra de reforma do campo municipal, que está nas mãos do promotor Rogério Rocco Magalhães, e a criminal, sob cuidados do Seccold – Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil em Bauru. Na esfera eleitoral, pode contribuir para a inelegibilidade dos envolvidos; na da improbidade, pode levar ao bloqueio de bens e ressarcimento de eventual dano ao erário; e, na criminal, a pena pode ser de cadeia.

HORAH – Informação é tudo