Morte a tiros – DELEGADO QUESTIONA EXCESSO POLICIAL E FALA EM RECONSTITUIÇÃO

Paulinho foi morto com 3 tiros na última 3.a feira (11), em Jaú (FOTO: Reprodução web)

O delegado Dr. Nelson Henrique Jr confirmou que na próxima semana intimará a mãe do doente mental Paulo Henrique Silva Neves, o Paulinho, morto com 3 tiros em frente à Matriz de Jaú, na 3ª feira (11). “Quero ouvi-la até o fim do mês; talvez eu faça também a reconstituição, ouça novamente as testemunhas para saber se houve excesso (do policial militar que disparou os tiros) e faça o reconhecimento”, comentou com o HORAH. Dr. Nelson ainda procura o tijolo que Paulinho usava para ameaçar a PM (“que não foi apreendido”, observa) e imagens de câmeras de segurança no Centro.

Após levar 3 tiros, Paulinho aguardou socorro na calçada em frente à Matriz (FOTO: Reprodução web)

O principal questionamento do delegado é sobre possível excesso do policial. Em depoimento, o PM alegou que Paulinho o ameaçava com um pedaço de tijolo, que atirou e ele continuou avançando, então fez mais 3 disparos que atingiram a vítima na barriga – o homem morreu por hemorragia interna. “Sei lá, acho que três tiros é um pouco exagerado, vamos ver. Tudo está caminhando para as hipóteses de legítima defesa ou de excludente de ilicitude, que o policial teria agido em estrito cumprimento do seu dever legal”, disse.

“Se é comigo e o cara vem em cima… se fosse uma faca, tudo bem, mas um tijolo dava pra ter pegado o rapaz na mão”, ponderou Dr. Nelson, que não descarta nenhuma possibilidade no inquérito. “Vamos pensar com bom senso: o cara vem em cima de mim com um tijolo, ele poderia me ferir, mas não me matar. Mas quero aprofundar essa investigação”, concluiu.

Dr. Nelson Henrique Jr quer ouvir mãe de homem morto a tiros em frente à Matriz (FOTO: Reprodução/WhatsApp)

Em resposta a questionamentos do HORAH feitos por e-mail, o comando do CPI-4 Bauru, que responde pela PM de Jaú também, resumiu os fatos do dia 11, explicou que “a vítima foi devidamente socorrida pela ambulância do SAMU, vindo a óbito no Pronto Socorro da Santa Casa”. Por fim, disse que “foi instaurado inquérito pela Polícia Militar e inquérito na Polícia Civil para apuração das circunstâncias dos fatos”. Quanto ao policial envolvido na ocorrência, sem dar nome, o comandante Tenente-Coronel Hudson Covolan disse que ele “passará por um acompanhamento e avaliação psicológica, o qual definirá seu estado psicológico (medida usada a toda ocorrência de maior gravidade na instituição Polícia Militar)”.

HORAH – A verdade dos fatos