Investigações sobre ofensas e ameaças feitas a vereadores de Marília no ano passado receberam pedido do Ministério Público (MP) de mais prazo para serem concluídas. Por e-mails dirigidos à Câmara, os vereadores Marcos Rezende (então presidente da Casa), Vânia Ramos, Professora Daniela e Ivan Negão (que faleceu dia 5, vítima de infarto) teriam sofrido injúria racial e misoginia (ódio propagado contra mulheres), além de ameaças de morte. Também teria havido promessa de invasão armada da Câmara, atacando não apenas os vereadores citados, mas “quem encontrar pela frente” e, posteriormente, pôr fogo no prédio.
As informações sobre as investigações são restritas e os vereadores estão evitando comentar os fatos enquanto o inquérito não for concluído. Procurados por HORAH, dois deles se limitaram a dizer que “o presidente da época tomou as providências”, mas nenhum confirmou se já foi ouvido pela polícia. Sabe-se que a Polícia Civil aguarda resposta do Google para ajudar a identificar o ou os autores das ameaças, visto que a empresa responde pelo serviço de correio eletrônico do Legislativo mariliense. As apurações policiais tiveram início em novembro de 2022 e nesta semana o MP solicitou mais prazo para concluir as investigações.
Os e-mails enviados à Câmara seriam idênticos a outros que já circularam nas redes sociais no ano passado com ameaças a empresas da cidade, entre elas uma gigante da produção de biscoitos. “(…) vamos atacar os funcionários na entrada de um dos turnos”, diz um desses e-mails, que fala em ‘chacina’ e em “homenagem ao herói Roberto Jefferson e apoio aos caminhoneiros que pararam o Brasil” — Jefferson, ex-deputado federal, está preso desde outubro após receber policiais federais na casa dele a tiros e granadas. Por fim, o ou os responsáveis pelas ameaças defendem uma intervenção das Forças Armadas no País, “com Bolsonaro no poder”, além de defender a deposição do presidente Lula e do vice Alckmin.
HORAH – Informação é tudo