Muito mais grave: levantamento indica 74 mortes por falta de leito hospitalar neste ano

Falta de leitos nos hospitais deixa unidades de saúde com corredores lotados (FOTO: Contraponto); vereador Borgo queria CEI pra apurar responsabilidades (FOTO: Reprodução HoraH)

A crise na saúde em Bauru é muito mais grave do que se imaginava. Último levantamento divulgado na imprensa pelo site Contrapronto indica 74 mortes de pacientes à espera de leito de hospital para internação do começo do ano até 13 de julho na cidade. “Há mais de um ano tentei abrir uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar as mortes por falta de leitos e cobrar responsabilização, mas não deixaram investigar”, informou o vereador Eduardo Borgo (Novo), por meio de mensagem de WhatsApp enviada na manhã deste sábado 13 ao HORAH.

“Dizer agora que uma Comissão da Assembleia irá apurar os fatos (como se tem comentado na cidade), chega a ser patético. Falta atitude daqueles que têm poder de resolver a situação”, acrescentou Borgo, dizendo ainda que “asfalto não salva vidas”, diante da decisão da administração da prefeita Suéllen Rosim (PSD) de priorizar a recuperação asfáltica de Bauru ao invés de cuidar da gravíssima questão dos leitos hospitalares. A CEI pretendida por Borgo foi rejeitada por 12 votos a 4 em março de 2023, e mandada ao arquivo da Câmara.

A última das vítimas, como já noticiou HORAH, foi uma idosa de 87 anos que morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Bela Vista, na madrugada de ontem, enquanto esperava por vaga no Hospital Estadual de Bauru desde a última 4.a feira. Ela foi a 4.a vítima pelo mesmo motivo em questão de dias. Na UPA Ipiranga, conforme Contraponto divulgou hoje, um homem de 73 anos que esperava na fila pela liberação de um leito hospitalar foi a 5.a vítima, também em curto espaço de tempo.

Há informações de que o próprio SAMU não está se deslocando para transportar pacientes das UPAs e do PS Central de Bauru para hospitais da cidade sem que antes haja uma ordem dos mesmos sobre a existência de leito. Mesmo em se tratando dos chamados pacientes de ‘vaga zero’, ou seja, cujos casos devem ser tratados com máxima prioridade.

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