
Enquanto administração adota sucessivas medidas equivocadas, lixo acumula nas ruas há dias, causando mau cheiro e revolta da população
O locutor de provas esportivas Betão Sangerotti cumpriu o que havia prometido durante a exibição do programa HORAH Jaú desta 6.a feira 11 e foi jogar as sacolas de lixo da casa dele na Prefeitura. “Conforme o prometido, vou fazer minha manifestação aqui na frente da Prefeitura”, disse ele em vídeo que fez questão de distribuir nas redes sociais, afirmando que estava protestando contra “a pouca vergonha do lixo amontoado e a fedentina que virou a cidade”.
Betão havia deixado mensagem no chat do HORAH enquanto os vereadores Mateus Turini e Daniela Rodrigueiro, ambos do PDT, debatiam o caos da coleta ao vivo. “Pagar os impostos do carro que eu ando, da casa que eu moro e de tudo o que eu consumo é uma obrigação minha; recolher o lixo, fazer o mínimo, o básico é obrigação de vocês. Tá aqui o meu lixo. E eu vou começar a depositar o lixo aqui, agora”, comentou no vídeo.



Problema que se arrasta desde o início da atual administração, a deficiência na coleta e na destinação do lixo tomou proporções preocupantes nessa semana, acumulando nas ruas de todos os bairros por vários dias. O que piorou ainda mais a situação foi a sucessão de equívocos do governo Ivan Cassaro (PSD), contribuindo para o caos e aumentando as críticas da população.
Apesar de uma empresa ainda estar com contrato de R$ 4,3 milhões em vigor para fornecer cinco caminhões para a coleta diária e de estar, por iniciativa própria, levando o lixo diretamente para o aterro sanitário de Piratininga, município na região de Bauru a 70 km de distância, visto que o transbordo antigo de Jaú ter sido interditado e o novo, alugado recentemente, ainda não estar licenciado, a Prefeitura aprovou crédito de R$ 9,990 milhões na câmara para comprar 12 caminhões de lixo e assumir o serviço.
Não bastasse isso, no dia seguinte a administração divulgou contratação emergencial (sem licitação) de empresa de São Carlos por R$ 9,9 milhões para fornecer 15 caminhões de lixo para regularizar a coleta e a destinação do lixo para Piratininga. Quando a primeira empresa avisou que deixaria de fazer esse transporte e pediu que fosse indicado um local para depositar o lixo coletado diariamente, a Prefeitura suspendeu o contrato com ela. Mas no dia seguinte, fez acordo para que ela recolhesse o lixo de pontos essenciais, como hospitais e supermercados, serviço executado na noite da 5.a feira 10.
A expectativa da administração era que os caminhões contratados emergencialmente chegassem na própria 5.a feira, vindo a saber depois que a empresa ainda estava fazendo a locação dos veículos para trabalhar em Jaú. Para completar, em áudio que circula nas redes sociais, o prefeito culpou adversários que querem o mal do governo dele e da cidade, empresários que “cercaram a cidade com arame farpado”, não restando áreas para o transbordo, mas que trabalha “dia e noite, madrugada a madrugada” para resolver problemas históricos de Jaú. Lembrando que Ivan Cassaro está no exercício do segundo mandato, para o qual foi reeleito com 73% dos votos válidos.
No HORAH Jaú, os vereadores Mateus e Daniela afirmaram que vão debater o caos do lixo na próxima sessão legislativa, 2.a feira 14, e que já solicitaram toda a documentação da Prefeitura sobre contratações, suspensão de contratos, acordos etc. referentes ao tema. Eles pretendem averiguar tudo e, se for o caso, denunciar ao Ministério Público do Meio Ambiente, Tribunal de Contas do Estado e outros órgãos de fiscalização para adoção de providências urgentes.

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