O bicho pegou – APÓS DEBATES E BATE-BOCA COM PLATEIA, CÂMARA APROVA NOVA SECRETARIA E CARGOS COMISSIONADOS

 

  • Nas votações, só 4 vereadores foram contrários e se levantaram: os três da foto, mais o ex-presidente Damasceno (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

Após exaustivos debates, bate-boca com a plateia, suspensão da sessão, pedido de vista negado e até prorrogação dos trabalhos, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei Complementar 03/19, de autoria da Prefeitura, que criou a Secretaria da Tecnologia da Informação e 80 novos cargos comissionados. Quatro vereadores votaram contra: o ex-presidente Damasceno, Zé Luiz Queiroz, Nardi e Danilo da Saúde.

Houve o compromisso da Administração com outro projeto, o PLC 05/19, que vai extinguir 69 cargos. Específicos da nova secretaria são apenas 4. Para a oposição, o governo manobrou para driblar o Tribunal de Justiça (TJ), que considera tais cargos ilegais. Nardi chegou a dizer que “a criação da Secretaria da Tecnologia não é a essência” do projeto, cujo objetivo primordial seria “criar cargos”.

  • O presidente Marcos teve trabalho para controlar a plateia, que tentava se manifestar a todo custo (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

Damasceno tentou ganhar tempo com pedido de vista, rejeitado contra 7 votos, após intenso debate. Coraíni chegou a puxar a orelha o governo, aconselhando seguir uma ordem lógica para evitar confusões, que, nesse caso, seria primeiro extinguir cargos e, depois, criar os novos necessários, já com nomenclatura e atribuições adequadas. O presidente Marcos Rezende tentou conter manifestações acaloradas da plateia, acabou discutindo e suspendendo os trabalhos.

  • Servidores ocuparam as galerias da Casa e sindicato estendeu faixa contra projeto (FOTO: Redes Sociais/Reprodução)

Servidores ligados ao Sindimmar, o sindicato da categoria, defendiam a rejeição o projeto até finalizar a negociação da campanha salarial em andamento. A classe entende que a nova secretaria e cargos comissionados podem interferir na negociação por 10% de reajuste salarial, sendo 8% de reposição e 2% de ganho real. Zé Luiz informou que o impacto dos novos cargos será de R$ 5,5 milhões/ano; com a extinção prometida, haverá desoneração de R$ 4,5 milhões, restando impacto real de R$ 1 milhão/ano sobre a folha atual.

Aliados ao governo defenderam (e garantiram) a aprovação do projeto. Discursaram com veemência Cícero do Ceasa e Coraíni, dentre outros. Todos falaram em “voto de confiança” no prefeito Daniel Alonso. O medo do governo, segundo narraram alguns deles ao HORAH, é que decisão do TJ elimine os poucos cargos em comissão ainda existentes, paralisando a Administração. Se no passado os comissionados se aproximaram de 700, atualmente são em torno de 120, número que ainda sofrerá novas baixas.

HORAH – Você sabe das coisas