Obesidade: médica tira dúvidas comuns durante Mês Mundial de Conscientização

Endocrinologista, a médica Dra. Katy da Unimed Marília fala sobre obesidade e suas consequências, tratamento e mudanças de hábito (FOTO: Divulgação/Unimed)

A médica endocrinologista Katy Luciane Motta foi convidada pela Unimed Marília para tirar as principais dúvidas sobre a obesidade, aproveitando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu 4/3 como Dia Mundial de Conscientização sobre a Obesidade. HORAH reproduz perguntas e respostas da Dra. Katy, gentilmente encaminhadas pela comunicação da Unimed Marília. Veja abaixo os tópicos principais e aproveite para se manter informado.

Qual a causa da obesidade?

Considerada uma doença crônica, a obesidade é uma condição multifatorial e com altas chances de recaída. Precisamos realmente mudar nosso olhar sobre o indivíduo obeso, compreender sua história e os múltiplos aspectos que o levaram a conviver com essa morbidade. O consumo crescente de alimentos ultra-processados, ricos em calorias e de baixo valor nutricional, é importante fator para o aumento da obesidade no mundo. Outro, é a falta de tempo para programar e preparar refeições com alimentos in natura. Junta-se a isso o sedentarismo e a falta de práticas esportivas, ligados quase sempre ao uso exagerado da internet, celulares, jogos eletrônicos etc. Por fim, devemos analisar ainda a predisposição genética.

Como a obesidade é diagnosticada?

Pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, o que medimos pelo Índice de Massa Corporal (IMC), definido pelo peso da pessoa dividido pela altura ao quadrado: obeso é o indivíduo com IMC acima de 29,9 kg/m2. Outra forma de avaliação do risco da obesidade é estimar a gordura na região abdominal — segundo a OMS, cintura acima de 102cm em homens e de 88 cm em mulheres está associada a elevado risco cardiovascular.

Quais os principais problemas de saúde associados à obesidade?

São múltiplas as complicações desencadeadas pela obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, sobrecarga das articulações, apneia do sono e morte prematura. Isso impacta diretamente na qualidade de vida da pessoa, e quanto mais precoce o desenvolvimento da obesidade, maior será o dano ao organismo.

Qual a melhor dieta para perder e controlar peso?

Precisa ser pensada individualmente, com planos alimentares que respeitem a rotina e o gosto do paciente, mas muitas vezes ele precisará rever seus próprios conceitos em relação àquilo que gosta ou não de comer. Devemos privilegiar alimentos in natura preparados em casa e diminuir a ingestão de alimentos processados, refrigerantes, bebidas adoçadas etc. A dieta deve ser nutricionalmente equilibrada.

No caso de obesidade, melhor é sempre procurar a orientação e o acompanhamento de um médico endocrinologista, conforme recomenda a Unimed Marília (FOTO: Reprodução HoraH)

Dra. Katy Motta falou ainda das novas opções de medicamentos para tratar a obesidade, que são mais seguros e eficazes. Primeiro é preciso uma abordagem clínica multidisciplinar e motivacional do paciente, focada em mudança de hábitos alimentares e atividade física; mas como se trata de condição crônica e recidivante, a médica diz que a eficácia do tratamento necessite do medicamento mais apropriado para cada caso. Os efeitos colaterais de cada uma dessas novas drogas também precisam ser avaliados sobre os pacientes.

A médica também falou dos mitos sobre a obesidade, como pensar que é uma escolha da pessoa ou coisa de preguiçoso, e que para perder peso basta comer menos e se movimentar mais. “A obesidade é multifatorial”, reforça a Dra. Katy. Outra crença equivocada é de que quanto mais quilos perdidos, melhor o tratamento. “Na verdade, a perda de quantidades mais modestas de peso, como 5 a 10% do peso total e sua manutenção, já provocam grande melhora clínica, diminuindo ocorrência de morbidades relacionadas à doença, como hipertensão e diabetes”, destaca.

A abordagem da Dra. Katy foi bem mais ampla, mas no final ela falou da importância do endocrinologista neste processo, que “é o médico especialista em obesidade”. Cabe a este profissional falar de obesidade ao paciente e seus familiares “de maneira franca, abordando suas dificuldades, removendo estigmas e motivando mudanças comportamentais, intervindo com o tratamento medicamentoso quando indicado e gerir comorbidades”, disse.

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