Pai e filho, os políticos Abelardo e Vinicius Camarinha depuseram como réus nesta 4.a feira (8), no processo originado pela Operação Miragem da Polícia Federal (PF), e negaram a propriedade do grupo de comunicação Central Marília Notícia (CMN). A Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra eles e mais sete réus pela suspeita da prática de vários crimes, entre eles de falsidade ideológica, uso de ‘laranjas’ para ocultar a verdadeira propriedade da CMN, lavagem de dinheiro e coação de testemunha. Em nota conjunta ao HORAH, Abelardo e Vinicius informaram por meio da assessoria de imprensa que tudo não passa de “armação política” de adversários.
Advogado que atua no caso, Cristiano Mazeto informou por mensagem de WhatsApp que Abelardo e Vinicius foram os últimos réus a depor. “Todos os réus negaram a participação deles nos fatos denunciados. Ficou a impressão de que a delação de Sandra Mara Norbiato e do ex-marido dela foi para se livrarem de outras punições mais severas. Sem exceção, todos os que foram ouvidos negaram que Abelardo e Vinicius fossem donos dos órgãos de comunicação, disseram que nunca eram vistos por lá etc.”, comentou o advogado. Sandra, a que ele se refere, exercia função de direção no grupo e, em delação premiada, revelou à PF que era ‘laranja’ dos políticos.
A Operação Miragem começou em agosto de 2016, levando à lacração das rádios Dirceu AM e Diário FM, que estariam operando na clandestinidade; no início de 2017 os policiais federais cumpriram a segunda fase da operação ao apreender documentos da CMN e suspender as atividades do jornal Diário de Marília. Cerca de 200 profissionais ficaram desempregados e recorreram à Justiça do Trabalho. Em maio de 2017 o MPF denunciou Vinicius e o pai. O caso passou a tramitar pelo Tribunal Regional Federal (TRF), porque na época Abelardo tinha foro privilegiado por ser deputado federal; no final do mandato, o processo voltou para a Justiça Federal de Marília.
Cumprindo a nova ordem dos processos penais, primeiro foram ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa e, nesta fase final do processo, todos os réus. Aguarda-se agora que a Justiça abra prazo para as alegações finais, deixando o processo concluso para julgamento. A íntegra da nota dos ex-prefeitos Abelardo e Vinicius sobre o processo, sendo este último reeleito deputado estadual para o quinto mandato que será iniciado em 15 de março, é a seguinte: “Trata-se de uma armação política organizada por nossos adversários. Esta ação não possui qualquer lastro com a realidade. E, ao fim do processo, a verdade estará restabelecida. Aguardemos o seu final”.
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