Pá de cal – JUSTIÇA MARCA DIA E HORA PARA ANULAR VOTOS DE CAMARINHA

Ação Rescisória de Abelardo Camarinha não é acolhida e ele permanece inelegível, ou seja, sem condições de disputar eleição (FOTO: HoraH)

Os votos destinados a Abelardo Camarinha (Podemos) nas eleições municipais de 15 de novembro do ano passado à Prefeitura de Marília serão anulados oficialmente pela Justiça Eleitoral na próxima 6.a feira (14), 10h. Transcorridos todos os prazos e possibilidades de recursos, o ex-prefeito e ex-deputado foi confirmado inelegível e terá os 35.006 votos anulados, o que exigirá um reprocessamento dos votos e do próprio resultado das eleições. Em resumo, será como se a candidatura dele nunca tivesse existido.

Especialista em Direito Eleitoral, Dr. Alysson explicou várias vezes durante a campanha que Camarinha estava inelegível e com direitos políticos cassados (FOTO: Reprodução HoraH)
Camarinha foi confirmado ‘ficha suja’ e, portanto, inelegível (Foto: Reprodução)

Essa possibilidade foi sistematicamente posta a público pelo advogado Alysson Souza e Silva, especialista em Direito Eleitoral e assessor especial de governo. Dia 12 de novembro de 2020 ele transmitiu uma live afirmando que o então candidato Camarinha era ‘ficha suja’ e que os votos que fossem dados a ele seriam anulados. Naquela ocasião já havia também manifestação do juiz eleitoral Luís César Bertoncini, de três dias antes, observando que se os direitos políticos de Camarinha estivessem de fato suspensos e ainda assim ele figurasse nas urnas, “não se anulam as eleições, mas tão só os votos do candidato, com as consequências jurídicas advindas desta anulação”.

A data para a retotalização dos votos da última eleição, com a anulação dos votos de Camarinha, foi marcada pelo mesmo juiz em ato convocatório da 70.a Zona Eleitoral de Marília emitido para coligações partidárias, advogados e demais interessados. O procedimento poderá ser acompanhado remotamente por link distribuído pela Justiça Eleitoral, por meio da plataforma Zoom. O despacho com a convocação saiu somente agora, depois do “trânsito em julgado de todos os processos de registro de candidaturas das eleições de 2020 que estavam em grau de recurso”.

Na época, mesmo com decisão da Justiça Eleitoral permitindo que o candidato aparecesse nas urnas, visto que elas já estavam lacradas, o advogado Alysson repetia insistentemente: “Votar em Camarinha é anular o voto”. Partidários do ex-prefeito até tentaram sustentar o contrário, mas com a aproximação do dia da eleição foi nítido o esvaziamento da campanha de Camarinha. Em 15/11, quando o pleito estava somente na metade, o ex-prefeito já concedia entrevistas admitindo a derrota, confirmada depois pela expressiva votação que reelegeu Daniel Alonso: 55.060 votos – suficientes para que ele não dependesse de qualquer decisão judicial sobre a inelegibilidade de Camarinha.

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