PF apreende passaporte e interroga jornalista português que veio cobrir evento político em SP

Vereador e advogado Eduardo Borgo, que acompanhou Sérgio Tavares no depoimento à PF no Aeroporto de Guarulhos, SP: silêncio (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução HoraH)

Assim que desembarcou no aeroporto de Guarulhos, SP, na manhã deste domingo 25, o jornalista português Sérgio Tavares teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF) e foi encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. Inicialmente proibido de entrar no País, ele foi questionado na presença do advogado, o vereador bauruense Eduardo Borgo, e liberado somente por volta das 11h. Na sequência, seguiu para a Av. Paulista para acompanhar as manifestações políticas convocadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Ele desembarcou por volta das 7h e foi detido pela PF. O delegado no aeroporto, atendendo determinação da PF de Brasília, apreendeu o passaporte do Sérgio Tavares e pediu esclarecimentos sobre o motivo da viagem, quanto tempo ele ficaria em São Paulo e, na segunda parte do depoimento, ainda o questionou sobre envolvimento com eleição, críticas ao Judiciário, essas coisas”, comentou Eduardo Borgo em entrevista ao HORAH.

Sérgio Tavares, no vídeo que gravou dentro do aeroporto, em frente à delegacia da PF (FOTO: Reprodução)

“Pelo fato de não termos acesso ao motivo pelo qual ele foi detido, a minha orientação como advogado dele foi para que ficasse em silêncio, porque é direito da defesa saber o motivo pelo qual o cidadão está sendo detido”, explicou Borgo. Em vídeo gravado dentro do aeroporto, em frente à delegacia da PF e divulgado em seu canal de notícias, Tavares informou que estava sendo retido, que o passaporte havia sido apreendido e que não tinha autorização para entrar no País.

“Os outros passageiros todos entraram. Eu vim apenas tirar imagens do evento convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para mostrar ao mundo essa manifestação pela democracia”, disse o jornalista. “Estou aqui sem saber o que fazer. Dizem que querem me questionar. Espero que os meus direitos sejam cumpridos e não me façam passar por nada injusto ou que eu não mereça”, alertou, momentos antes da chegada ao local do advogado Eduardo Borgo, que também foi de Bauru para SP para acompanhar as manifestações na Paulista.

HORAH – Informação é tudo