Polêmica: acidentes em lombadas deixam vítima com traumatismo craniano e outra morta

Rafael tinha 37 anos: morte prematura em lombada construída pela prefeitura de Jaú (FOTO: Reprodução redes sociais)

Responsável pelo Departamento de Trânsito, a Secretaria da Mobilidade Urbana de Jaú se eximiu de qualquer culpa no acidente em lombada recém construída na movimentada Av. João Ferraz Neto, em que a vítima caiu da moto, sofreu traumatismo craniano e foi internada na UTI da Santa Casa da cidade. “A pasta reforça que todas as lombadas que estão sendo recuperadas e/ou instaladas na cidade seguem os padrões de trânsito vigentes”, divulgou a secretaria por meio de nota em 26/5, um dia após o acidente com a motociclista.

Foto divulgada pela prefeitura para dizer que trânsito ainda não estava liberado, quando moça de moto se acidentou em lombada sem pintura (FOTO: Secretaria de Comunicação/Divulgação)

Discussões técnicas sobre as dimensões da lombada à parte, há testemunhas afirmando que o redutor de velocidade não estava com pintura de solo na ocasião, sinalizado apenas por cavaletes e uma placa. “A via foi liberada sem a sinalização de solo”, afirmou o site Tem Coisas, do vereador Luizinho Andretto (Republicanos). A Mobilidade Urbana afirma que “no momento do incidente, os trabalhos ainda estavam em andamento e o local não havia sido liberado para o trânsito de veículos” — o que cai por terra com a própria foto que ilustra a nota oficial.

Munícipes que tiveram acesso à nota da prefeitura também reagiram. “Se estivesse sinalizado o local, os cavaletes estariam na esquina da rotatória, não teria como a moça passar”, escreveu Marcelo Moreira; “Desculpe, mas essa foto já prova que a via não está totalmente fechada”, evidencia Gustavo Vitor; “Agora querem tirar fora, ninguém quer se responsabilizar pelo fato”, arrematou Anderson César à postagem da Mobilidade Urbana.

Tamanho das lombadas tem chamado a atenção: dentro ou fora dos padrões técnicos? (FOTO: HoraH)

ÓBITO – Mas o pior ainda estava por vir. Domingo (4) à noite, Rafael Saggioro Molan, 37 anos, casado e à espera do nascimento do primeiro filho, perdeu o controle da moto ao passar por lombada na mesma avenida, a cerca de 200 metros da que causou o acidente do dia 25, caiu e morreu no local. De família conhecida na cidade e com grande círculo de amizade, a morte de Rafael provocou enorme comoção e reascendeu a discussão sobre as lombadas feitas pela prefeitura.

“Diante do que aconteceu, a polícia determinou uma perícia no local e isso será determinante para nos mostrar se a lombada está ou não dentro das normas técnicas”, comentou a advogada Daniela Rodrigueiro em entrevista ao HORAH. Nas redes sociais, o redutor de velocidade onde ocorreu o acidente fatal de Rafael está sendo chamado de ‘lombada assassina’, principalmente por causa do ‘tamanho exagerado’. O assunto das lombadas foi discutido também na sessão da Câmara Municipal na noite da 2.a feira (5), quando foi cobrado um posicionamento “oficial e urgente” da prefeitura sobre a questão.

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