Polícia faz B.O. de tentativa da prefeitura de ‘esconder’ lixo jogado em estrada e sítio

Secretário PX, de camiseta verde e chapéu, abordado por PMs chamados pelo dono do sítio: "Estão jogando sujeira pra baixo do tapete", disse Gabriel Criscuolo (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Boletim de Ocorrência (B.O.) foi lavrado no sábado (22) para registrar tentativa da prefeitura de Jaú de ‘esconder’ lixo domiciliar e até hospitalar usados para aterrar estrada rural, além de nova invasão a uma propriedade particular onde também havia sido depositado lixo. A PM foi chamada por um dos donos do sítio afetado, o engenheiro e professor universitário Gabriel Criscuolo.

“Vim pegar o meu trator para trabalhar, e antes das 7 da manhã já tinham descarregado máquinas, tratores, e os caminhões já estavam descarregando material para encobrir todo esse lixo”, contou Gabriel ao HORAH. A surpresa maior é que depois que o crime ambiental e a invasão à propriedade foram denunciados, a Cetesb “determinou que se fizesse a retirada do material” e a Justiça proibiu a prefeitura de trabalhar dentro do sítio.

Frota de máquinas e caminhões estava mobilizada antes das 7 da manhã do sábado: improvável em situação normal (FOTO: Arquivo pessoal)
Além de entulho de construção, estrada rural recebeu lixo de todo tipo em junho deste ano: crime ambiental (FOTO: Arquivo pessoal)
Gabriel teve a propriedade invadida pela prefeitura e lixo jogado na lavoura; ao tirar satisfação com o secretário PX, foi ameaçado. (FOTO: Reprodução/SBT Jaú)
Secretário PX tentou impedir dono de sítio de filma-lo e de fazer fotos do que estava acontecendo no local (FOTOS: Reprodução HoraH)

“O que eles optaram fazer? Cobrir o lixo com terra para sumir com os vestígios do crime ambiental. Aqui embaixo tem animais mortos, resíduo industrial, lixo eletrônico e hospitalar, material residencial de toda espécie. Além de jogar terra por cima, novamente invadiram a nossa propriedade, quebrando marcos com a máquina que era operada pelo secretário da Mobilidade Urbana Márcio PX”, relatou Gabriel.

“Chamei a polícia e o nosso engenheiro agrimensor, para fazer um laudo constatando que ali existe uma violação do código ambiental, e que o material usado para se fazer a elevação do leito da estrada ainda estava lá, apesar da determinação da Cetesb para remove-lo”, explicou. Apesar do horário e do dia improváveis, uma frota de veículos e grande número de servidores estavam mobilizados nessa operação da prefeitura; três secretários municipais também compareceram, inclusive o do Meio Ambiente.

“Foi lavrado B.O. e vamos agora ingressar com pedido de multa contra a prefeitura, que, infelizmente, eu mesmo e os cidadãos jauenses vamos pagar, porque vai sair dos cofres públicos. Isso é um total desrespeito com o dinheiro público”, resumiu Gabriel, profundamente indignado. “Tudo isso é no mínimo estranho, porque estão escondendo sujeira pra baixo do tapete, que eu acho que é uma prática comum nessa gestão”.

A prefeitura de Jaú não se manifestou sobre o episódio, nem mesmo sobre a nova invasão do sítio. O caso já está na Justiça e agora ganha novos desdobramentos. HORAH segue acompanhando tudo.

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