Polícia pede prisão de motorista que causou acidente que matou estudante na SP-333

Carro dirigido pela estudante ficou totalmente destruído no acidente (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

“O AUTOR ASSUMIU O RISCO DE PRODUZIR O RESULTADO”, relata delegado Luiz Marcelo Perpétuo Sampaio no relatório do inquérito que apurou o acidente ocorrido em 29 de janeiro

Concluído e remetido ao Ministério Público (MP), o inquérito que apurou o acidente que matou a estudante de medicina Catarina Torres Mercadante Leite do Canto, 22 anos, em 29 de janeiro na SP-333 em Echaporã, pede a prisão preventiva de Luís Paulo Machado de Almeida, 20, divorciado, representante comercial e morador de Guará-SP. Ele dirigia a caminhonete GM S10 branca com placas de Igarapava-SP no sentido Marília-Assis, que invadiu a pista contrária “durante uma ultrapassagem em alta velocidade” e bateu de frente com o VW Polo de Assis, conduzido por Catarina. Ela voltava de casa para Marília, onde cursava o 4.o ano de Medicina.

Catarina morava em Assis e retornava para Marília na noite do acidente, onde cursava Medicina (FOTO: Facebook/Reprodução)
Delegado Luiz Marcelo, da DIG Marília, que assina o inquérito e responde também pela polícia em Echaporã (FOTO: Reprodução Jornal do Povo)

O inquérito informa que Catarina morreu no local, presa nas ferragens do carro e com vários traumas, como lesões no crânio, tórax e membros do corpo. A colisão se deu no acostamento, para onde os dois motoristas acabaram desviando quando se viram frente a frente na rodovia, por volta das 19h30. O local passava por obras, é de pistas simples separadas por faixa contínua que proíbe ultrapassagem, e havia uma fila de veículos se deslocando em baixa velocidade atrás de um caminhão. Testemunhas que estavam na rodovia relataram que a S10 se deslocava em alta velocidade e tentava “ultrapassar uma fila” quando colidiu.

Vídeo gravado por câmera instalada no carro de uma das testemunhas, segundo a polícia, “mostra a manobra irregular feita pelo indiciado, que ocasionou o acidente que matou Catarina”. Para o delegado Luiz Marcelo, “fica evidente que o autor assumiu o risco de produzir o resultado, pois era perfeitamente previsível que outro veículo viesse em sentido contrário”; e que Luís Paulo “não se importou com o resultado, pois desejava tão somente abreviar a viagem com ultrapassagens arriscadas para que chegasse ao seu destino final”. O rapaz seguia de Guará para Londrina-PR, onde buscaria o motor de uma colheitadeira para trabalhar no sítio da família; ele alegou que estava cansado e que cochilou, invadindo a pista contrária.

Mas essa tese é derrubada pela investigação. “O autor estava acordado, pois antes da fatídica colisão tentou frear a caminhonete que conduzia, cujo acontecido foi flagrado pela câmera no veículo de uma das testemunhas”, relatou o delegado no inquérito enviado ao MP. Luís estava acompanhado do funcionário C.H.S.S., que não se machucaram. Uma testemunha contou que o motorista da S10 “pouco se preocupou com a saúde da vítima, que se encontrava presa nas ferragens, limitando-se a perguntar por seu aparelho celular”. O pedido de prisão preventiva é, segundo o delegado, “forma de garantia da ordem pública e para inibir que condutas como esta sejam repetidas”.

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