
Em sessão de julgamento que começou às 18h da 3.a feira (14) e só teve a votação final concluída à 1h26 desta 4.a (15), feriado da Proclamação da República, a Câmara Municipal de Bariri cassou o mandato do prefeito Abelardinho Simões (MDB). Foram 9 votos a zero pela cassação. A decisão se deu pelo fato de o prefeito “proceder de modo incompatível com o decoro e a dignidade do cargo”, como constou do decreto lido pelo presidente do Legislativo, vereador Airton Pegoraro.
O mesmo decreto que declarou vago o cargo de prefeito também deu posse ao vice, radialista Luiz Fernando Foloni (Cidadania), que já responde pelo Executivo. A extensa sessão de julgamento abriu espaço para a manifestação dos vereadores, sendo que seis deles se pronunciaram, todos em desfavor do prefeito. Até então aliado de Abelardinho, Evandro Foliene foi quase às lágrimas: “Você não poderia ter feito isso, prefeito. Tenho filhos, eu sou avô. Pra que esse tipo de política na nossa cidade?”


Relator da Comissão Processante (CP) que levou ao pedido de cassação, vereador Edcarlos dos Santos repetiu o que, segundo ele, está na acusação do Ministério Público (MP) e Gaeco em relação à fraude da licitação da limpeza pública, cobrança de propina e outros crimes: “É preciso se esforçar para não compreender que na Prefeitura Municipal de Bariri se instalou um esquema de corrupção, agora com participação concreta do prefeito”. Ricardo Prearo disse que “o prefeito teve vários erros” e foi alertado “já no início do mandato dele”, mas não quis ouvir os aliados.
Já o presidente Airton, que também disse ter chamado a atenção de Abelardinho para supostas irregularidades em licitações e rompeu com ele depois disso, afirmou que os certames “fraudulentos ocorriam a dez passos do gabinete, e o prefeito não tinha como evitar isso?”. Na defesa do prefeito falou o advogado André Racy, que se perdeu em vários pontos do pronunciamento de duas horas que invadiu a madrugada, atacou e confrontou vereadores dos quais precisava conquistar os votos e, tal qual fez o próprio Abelardinho no final, abusou do ‘coitadismo’. Os argumentos não vingaram.


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