Por causa de loteamentos irregulares e clandestinos, polícia faz busca e apreensão na prefeitura

Momento em que o delegado Nelson Henrique Jr (atrás) deixa dependências da Prefeitura de Jaú após cumprimento de mandado de busca e apreensão, acompanhado de um investigador e uma policial civil (FOTO: Tuca Melges/Jornal Opinião - Reprodução)

A gestão Jorge Ivan Cassaro passou por mais um constrangimento de policiais cumprindo mandados de busca e apreensão nas dependências da Prefeitura de Jaú, na manhã desta 4.a feira 13. O alvo desta vez foram documentos relativos a loteamentos irregulares e clandestinos denunciados ao Ministério Público (MP), que determinou a abertura de inquérito policial para as investigações. Todo o material apreendido foi encaminhado à Delegacia Seccional de Jaú.

A operação policial na prefeitura foi conduzida pelo delegado Nelson Henrique Júnior, acompanhado por dois agentes da Polícia Civil. Por mais de uma hora eles permaneceram nas dependências da Secretaria da Habitação e Planejamento Urbanístico, onde o titular Neto Leonelli deu cumprimento às solicitações da polícia. Ninguém concedeu entrevista à imprensa ao deixar a prefeitura, mas era visível o constrangimento na administração.

Os policiais chegaram em um carro descaracterizado, um Renault Sandero, e foram direto à secretaria do advogado Neto Leonelli. Teriam sido solicitados documentos dos loteamentos São Mateus e Arruda, da família Moretti (parentesco com o presidente da Câmara, vereador Maurílio Moretti) instalados nas margens da vicinal Jaú-Distrito de Potunduva, e do condomínio Bella Villa, da empresa Ferrari & Leonelli, da qual o secretário é sócio. Os policiais também teriam requisitado documentos para confrontar a assinatura de uma engenheira do Planejamento Urbanístico, que, diante da negativa em assinar a aprovação de empreendimentos supostamente irregulares, teria tido a assinatura falsificada.

Embora todas as informações sejam extraoficiais, visto que nem a polícia, MP ou a prefeitura ainda se manifestaram sobre a busca e apreensão, os indícios são fortíssimos diante das requisições feitas anteriormente pela Promotoria de Justiça nesses casos. Há também comentários feitos por servidores em redes sociais apontando nessa mesma direção.

Esta foi a segunda busca e apreensão policial na administração Jorge Ivan Cassaro. A primeira ocorreu por causa de denúncias relacionadas a licitação para compra de computadores e outros equipamentos para a Educação, realizada no final de 2021 ao custo de quase R$ 1 milhão. Os equipamentos teriam sido adquiridos com valor acima da média praticada no mercado e com fortes indícios de direcionamento. Na ocasião, tanto agentes da Polícia Civil de Jaú quanto da Polícia Federal de Bauru estiveram na prefeitura.

HORAH – Informação é tudo