Demonstrando total desconhecimento da realidade política de Jaú, o deputado federal Capitão Augusto (PL) errou a quantidade de vereadores da cidade e ainda expôs a fragilidade política do prefeito Ivan Cassaro (PSD). Presidente da Frente Parlamentar dos Rodeios e Provas Equestres, o deputado discursou na Câmara, em Brasília, para repreender os vereadores que não aprovaram a volta dos rodeios em Jaú. Foi aí que errou tudo.
Após parabenizar e dar os nomes dos cinco vereadores favoráveis ao requerimento de urgência para votação do projeto dos rodeios na 2ª feira 27, Capitão Augusto afirmou que “todos os demais, de um total de 15 vereadores da cidade de Jaú, votaram contra os rodeios”. O deputado não sabia sequer o número de cadeiras da câmara municipal da cidade, que são 17 e não 15 – e olha que o capitão se reuniu com vereadores na câmara no mesmo dia da votação, na tentativa de convencê-los a aprovar o projeto. Antes disso, já havia errado a data da votação ao dizer que foi no dia 26, domingo.
Um pouco mais adiante, o parlamentar lembrou que os rodeios estão proibidos por lei municipal desde 2013 em Jaú e que a maioria dos vereadores rejeitou a urgência do projeto que mudaria essa realidade, “por uma questão política, pra ir contra o prefeito Ivan Cassaro” — que, segundo o deputado, apoia os rodeios. Outra vez desinformado, o capitão não sabia que a base aliada ao prefeito na câmara tem 12 dos 17 votos e que, portanto, boa parte dos votos contrários veio de lá e não da oposição. Além do mais, evidenciou a fragilidade política do chefe do Executivo, que se mostrou incapaz de articular os votos da própria base de apoio na câmara.
Com a rejeição da urgência o projeto dos rodeios segue nas comissões permanentes da câmara, poderá ser objeto inclusive de audiência pública e, posteriormente, ser incluído na pauta de votação. Como houve confronto entre prós e contras na plateia da câmara, o vereador Fábio Souza (PSDB), defensor dos rodeios, pediu que os dois lados se respeitem; no final, disse que audiência pública neste caso seria “como dois pesos e duas medidas”, visto que ela não foi feita quando a prática foi proibida na cidade.
HORAH – A VERDADE DOS FATOS
