Prédio da Mazzei – “NÃO HAVIA OBRA, SÓ LIMPEZA E REMOÇÃO DO TELHADO”, DIZ ADVOGADA

ESFORÇO DA PREFEITURA EM FALAR QUE ‘OBRA ESTAVA EMBARGADA’ NÃO PROCEDE, AFIRMA DANIELA RODRIGUEIRO; desabamento matou uma pessoa

 

O desabamento de um lance de parede da histórica e extinta Indústria de Massas Mazzei em Jaú, na tarde desta 6ª feira (24), começa a ser apurado. Por ordem da Prefeitura alguns imóveis vizinhos foram interditados e uma notificação da Secretaria da Mobilidade Urbana passou a circular nas redes sociais, dando a entender que havia embargo de obras no prédio. Em nota, a Secretaria da Comunicação informou: “Os proprietários haviam dado entrada em processo junto à Prefeitura solicitando autorização para reforma, que ainda não havia sido autorizada. Mesmo sem autorização da Prefeitura, os proprietários deram início à reforma”.

Esses argumentos foram contestados pela advogada Daniela Rodrigueiro. Falando em nome do empresário e empreendedor imobiliário Antônio Ailton Caseiro, cujo grupo empresarial “arrematou o imóvel em leilão judicial público”, ela afirmou que “não havia obra, só limpeza e remoção do telhado” da antiga Mazzei, que seria demolida posteriormente. A notificação da Prefeitura deu prazo de 15 dias, contados a partir do último dia 16, para apresentação de documentação aprovada pelo município para eventual obra no local. “Como ainda não estava sendo realizada uma obra, esses documentos estavam sendo providenciados; ademais, estava dentro do prazo legal”, observou.

Trecho de parede que desabou e outro condenado; restante estaria íntegro, diz advogada (FOTO: Reprodução Central da Notícia)

Outra cobrança feita pela notificação foi prontamente atendida, segundo Daniela: “A empresa removeu as caçambas que estavam na rua, recolhendo o entulho da limpeza interna”. A notificação foi assinada pelo fiscal de obras Paulo Henrique Bagarini. Quando à vítima atingida pelos escombros da parede que desabou, a advogada disse se tratar de “uma fatalidade, que lamentamos profundamente”, e garantiu que “a empresa está dando todo o suporte necessário”. O mesmo acontece com as famílias de dois imóveis interditados na vizinhança, acolhidas em hotel da cidade. “Lembrando que a própria perícia da Polícia Científica, que verificou o prédio junto com o nosso engenheiro Carlos Perlatti, atestou que só uma parte da parede oferece risco e será demolida; o restante está íntegro”, pontuou Daniela Rodrigueiro.

A advogada esclareceu ao HORAH que todas as exigências vinham sendo cumpridas à risca e que acompanhará pessoalmente “a apuração de todas as responsabilidades”. Ela também disse que a limpeza e remoção do telhado eram executadas por empresa terceirizada. “O proprietário do imóvel ficou abalado com essa fatalidade e imediatamente transmitiu a orientação para que se faça todo o esforço necessário para amenizar a dor e o sofrimento das famílias envolvidas, especialmente da vítima fatal”, concluiu.

Veja abaixo a notificação divulgada nas redes sociais:

HORAH – A verdade dos fatos