PREFEITO EXIGE COMPROVANTE, MAS NÃO CONSEGUE VACINAR POPULAÇÃO

Em Jaú, hospital já tomou empréstimo e corre atrás de ajuda (FOTO: Reprodução web)

VEREADORES COBRAM AGILIDADE, DÃO SUGESTÕES E CRITICAM FALTA DE PLANEJAMENTO DA SAÚDE EM JAÚ

Agendamento de vacinas para daqui a 30 ou até 40 dias se tornou comum nos relatos da população jauense enviados ao HORAH. “Fui marcar minha terceira dose para dia 18 deste mês e só podem agendar para daqui a 30 dias, ou seja, em março, para tomar em abril”, comentou um leitor. “Fui marcar vacina hoje e só tem para 17 de fevereiro”, destacou outro, que é comerciante. Essa mesma situação foi publicada pelo site de notícias JauMais no fim de semana, enquanto que dezenas de ouvintes do jornalístico HORAH na Rádio Piratininga reclamaram de situações parecidas.

Enquanto isso, duas medidas baixadas pelo prefeito Ivan Cassaro na 6ª feira (7) exigem comprovante de vacinação para acesso a eventos (decreto 8.214) e para servidores públicos poderem trabalhar (8.215). No primeiro caso, situações em contrário flagradas pela fiscalização municipal podem render multas de 10 a 10.000 Ufesps (Unidades Fiscais do Estado) – ou seja, de R$ 319 a R$ 319,7 mil; no outro, o servidor fica sujeito a “medidas disciplinares nos termos do Estatuto do Funcionário Público”. Mas como exigir vacinação completa se não tem vacina disponível?

Pensando nisso, os vereadores Luizinho Andretto, Borgo e Mateus Turini protocolaram ofício ao prefeito Ivan Cassaro nesta 2ª feira (10), pedindo que ele facilite o acesso da população à vacina. Eles solicitam que Ivan retire a necessidade de agendamento para a vacina e abra mais postos para dar conta da demanda. “Sugerimos que além do PA do São Judas e da Policlínica do Pedro Ometto, que estão lotados, o prefeito abra um posto na Rodoviária ou no Jardim de Baixo, por exemplo”, explicou Borgo. “E isto, o mais rápido possível e onde ele achar mais conveniente”.

Borgo questiona se filas e agendamentos cada vez mais distantes ocorrem por desejo do prefeito de guardar dinheiro (Foto: Reprodução)

“Esses dias eu vi uma declaração do prefeito nas redes sociais, de que tem mais de 20 mil pessoas ainda não vacinadas; mas quando elas procuram por agendamento, é para o mês que vem ou até mais. A secretária (da Saúde, Ana Paula Rodrigues) tem dito que tem conhecimento do que está acontecendo, então se tem conhecimento e a aglomeração continua grande, faltou planejamento”, concluiu Borgo ao HORAH. “Por que não agilizar esse atendimento? Porque (o prefeito) não quer gastar, não quer pagar horas extras, quer guardar o dinheiro? Não consigo entender um gestor que se julga um empresário de sucesso, mas como administrador público deixa tanto a desejar”.

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